segunda-feira, 26 de março de 2012

O conhecido

         Quando entrou, ele já estava ali sentado. Entrou, sentou numa cadeira à sua esquerda. Sentiu um toque no ombro. Virou:
-Oi... O nem tinha te visto, tudo bem?
-Achei que estivesse confundido, mas é você mesma, rs. Como está?
-Bem. e você?

      Pronto. Foram cumprimentos bastantes para desenrolar uma conversa que parecia não ter mais fim. E o mais interessante nisso tudo, é que haviam se visto outrora de maneira tão formal, a ponto de os assuntos entre eles nunca terem passado de tratos comercias. Agora, a conversa girava em torno de planos, relacionamentos, convicções, religião, escolhas, amizades, traições, consciência, liberdade. Ela sentiu-se tão à vontade, que não existiam barreiras naquela conversa. Ele, tão à vontade que praticamente fez um resumo de sua vida, sem pular as frustrações, desamores, casamento até então em vigor e traições.

        Ela sem entender o motivo de tais assuntos serem abordados, achou absurda a similaridade detalhadas entre os fatos que ele contara e os que ela vivera recentemente. Opinava poucas vezes. Na maioria dos momentos fez-se de boa ouvinte e apreciou o bom falar do rapaz e suas histórias(ou estórias?). Por fim, ao aproximar do ponto de destino dele, disse ao ouvido dela: "Ninguém conhece ninguém, minha querida. Por mais que pareça louco, ninguém conhece ninguém. Quando alguém te diz "você não me conhece", só está te ajudando a abrir os olhos. Querida foi um prazer. Até uma próxima oportunidade".
     Ela achou graça da conversa que se passou, e até chegar ao seu local de destino relembrara aquela conversa inesperada com o (des)conhecido que ela nem lembrava o nome, mas que amou e tão cedo não esquecerá.  mais ainda a se questionar: "Por que isso? "


2 comentários:

  1. Tipo assim, minha irmã é a melhor sabe!!!
    Gostei muito meu anjo!!

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  2. por que isso ? rs...
    Minha mãe tem ouvido Carmiano ! ;)

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