terça-feira, 31 de julho de 2012

Potes

E era pra contar as lagrimas derramadas, ou números de pedras lançadas? Pelas lágrimas não; aprendi a chorar. Mas se pudesse, recolheria cada pedrinha, por mínima que fosse, e as guardaria em um pote. Ao olhar para ele, reconheceria que fiz julgamentos falhos, sem estar no direito. Representaria minha coleção de equívocos. Hoje, quando tiro o pó dos joelhos ralados, percebo que tropecei nas pedras que atirei. Meu medo, é que outros, que nada tiveram com minha estupidez, caiam por elas. Quanto ao meu caminhar, agora mais preciso, mais atento, evitando tombar nessa pedras tão variadas em tamanho e consistência. As não lançadas, tenho resguardado. Essas sim, tenho posto num potinho aqui na estante, para lembrar do direito de não lançá-las.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Chamadas



Gosto de receber ligações só porque é quinta-feira. Quando me ligam só para saber como eu estou, mesmo que rapidinho. Das ligações de mais de duas horas de duração marcadas por tensões, franquezas e terminam com "Te amo mesmo assim"(já cheguei a cinco e encerrei sem querer!). Das que só ouvir bastam, porque um amigo não conseguiu dormir.
Viciada em telefone? Viciada em gente, em pessoas! E se falo, é porque ao outro lado da linha tem alguém se compartilhando. O telefone é só mais um meio para isso.

-Pode sentar




Saber acomodar-se nestas cadeiras é raro. Por vezes, parecerá desconfortável, e cabe ao "sentante" encontrar a melhor forma de ajustar-se. O complicado é sentar nelas, criando expectativas de sentir o conforto duma poltrona.
Sábio o que sabe recostar-se nelas...

Criançar


Saudade do cheiro das crianças...
Em abraço, beijo, cheiro, cafuné, dengo... São únicas; singelas como a adultalidade não nos permite mais. Nelas reencontro-me.
Ontem, num momento inesperado, Laurinha me deu o que eu precisava: um abraço.
Aquele carregado de saudade apressada, por trás, que nem espera você se virar, acompanhado da pronúncia do meu nome, naquela voz gostosa, que nem imagina o quanto te faz bem. E eu, nem imaginava que era o que eu precisava, mas quando senti, percebi. Ela conversava, olhando bem nos meus olhos, perguntando coisas sobre mim, e eu encantada por Laurinha, respondia empolgadíssima. Vontade de levá-la pra casa e colocá-la para dormir em meu colo. Só quem já fez sabe, a paz que toma o lugar quando se tem o privilégio de dormir com uma criança sobre seu peito, ouvindo aquela transpiração tranquila, sem culpa, sem medo. E ontem, senti uma saudade mais intensa disso: Ter crianças por perto; ter uma criança dormindo em meu peito...
Um dia, talvez, quem sabe? Como cantarei Charlie Brown Jr "um sonho realizado, uma criança com seu olhar".
Isso sim, traz Paz. E não me refiro a momentos de tranquilidade, falo de Paz, poucos a conhecem...
Criançar produz Paz...

Postagens

-Mas por que lê os textos dela?
-Sei lá...
-Você gosta do que lê? Te  faz bem?
-Nem bem nem mal.
-Nem eu os leio mais. Cansei! Assim evito certos pensamentos. Ela é muito confusa.
-Ela é louca! Mas é no texto da louca que te percebo nas entrelinhas. Ela escreve sobre vocês, o que vivem, quando param de se falar, coisas que você talvez não diga para não me magoar. E ela, por ser louca por você e sentir tão intensamente o "nós" do vocês, escreve. Eu não a leio, leio você! Ela é só uma caneta que escreve você pra mim. Por isso sei de todos os textos... Só mais uma forma de perceber você: no sentir alheio.
-Então vai parar agora que estou mais próximo de você?
-Um dia eu páro. Ela ainda não parou de escrever sobre você. Um dia ela pára, aí eu também...
-Acho que não demora... Ela diz não sentir ciúme de você, sabia?
-Hum...
-Acho graça. Pra mim ela sente sim. É louca e insegura. Mas diz que não tem motivos para isso, que entende você não gostar dela, e você não desmerece o respeito dela por isso. Acha que você tem um ciúme descabido, desnecessário também, mas não desgosta de você por isso... Aprecia o cuidado que tem com os seus. Cara dura a dela!
-Sua "amiga", né? Hum.. Temos mesmo que falar sobre ela? 
-Não. Temos assuntos mais importantes a tratar. Ela foi uma página, tá passando. Não me amou de verdade,e agora só me importa o real. Estar aqui contigo é muito bom. Não quero falar sobre ela, me fala de você... Te amo, sabia?

domingo, 29 de julho de 2012

Quantos pintos você matou?


-Quantos pintos já matou?
-Tá de graça, né? Eu lá tenho ganja?
-Olha lá que tem. Todos temos uma granja ao dispor.
-Lá vem você com essa maluquices. Qual foi agora?
-Nada não... só reflexões bobas após ter lido um conto aí... Mas deixa pra lá.
-Tá doida pra falar né?
-Ah, se você quiser ouvir...
-Cara dura! Tá louca para contar, diz logo.
-Foi a Legião estrangeira, de Clarice Lispector. Achei longo, detalhista demais, confesso. Embora eu também seja prolixa. Mas parei em Ofélia, uma menina de 8 anos.
-Que tinha ela?
-Segundo a narradora, Ofélia era bem desenvolvida para a idade dela. Aconselhava como adulta no quesito compras, cuidados de casa, vaidade feminina, precisava ver a bruxinha!
-E o pinto, entra onde aí?
-Ofélia matou. Por inveja. Ela percebeu que a escritora(narradora) apreciava o pintinho que havia comprado para seu filho. Foi na cozinha onde estava  o pintinho, depois simplesmente despediu-se  foi embora. Quando a  escritora percebeu, o pinto já havia virado presunto.
-Nossa! E isso te deixa pensativa assim?
-Quantas vezes fui fria demais? Quantas vezes esbocei uma intelectualidade vazia, esboçando merdinhas? Quantas vezes estraguei o que não era meu por não poder ter para mim? Quantas vezes calculista? Achei detestável, mas quantas de nós, sem perceber, alimentam Ofélia dentro de si?
-Deus é mais! Em mim mesmo não. E nem me pergunto.
-Te entendo... é bom evitar pensamentos inquietantes, não?
-Sempre!
-Agora cuidado, hein?
-Com o quê?
-Para não pisar nos pintinhos que estiverem em seu caminho. Não são muito grandes, então fica difícil percebê-los. E sabe o pior?
-Hum...
-Quando fechamos os olhos a certos questionamentos, Ofélia vai crescendo sem freios. Sem perceber, ignoramos granjas.

"Incabida"




E volta e meia a sensação de "incabida" nesse espaço aflora. A sensação da estranheza entre os meus, dos pensares não compartilhados, tão díspares, tão inusitados.
Deslocada... Essa é a palavra. Deslocada por crer que a vida é feita pra viver devagarinho, embora esse mundo viva em pressa.
Hoje, percebo que por mais bem intencionado que seja, é injusto querer que imediatistas se adequem ao meu modo alucinado e vagaroso de viver e ver as coisas. Não é um direito pedir para alguém dançar tão devagar para me acompanhar, assim como não me vejo obrigada a cair numa frenética balada eletrônica quando estou embalada por um soneto de Vinicius... Cada um no seu ritmo.
Isso de ter que ser tudo agora, como se o amanhã não existisse, impulsiona as pessoas a acelerarem tudo que pode, e isso soa tão catalisador que suga a beleza do "agora natural".
Retrô? Possivelmente. Assumidamente dessas caretas que vêem beleza na arte de saber esperar e vê a paciência como virtude.
A vida é casulo. É flor a desabrochar...
Enquanto isso vou seguindo descabida, deslocada, nesse mundo apressadinho...
Oh, Ocidentalidade que me irrita(e contraria)!

EntreAberta



Num cochilo, sentiu o vento frio por trás, que não era tão forte, mas estava tão bamba, que inclinou para frente e caiu. Despertou! Assustou-se! Quando olhou para trás viu uma parede. Calmamente assustada seu olhar inclinava para cima a fim de conferir onde terminaria o muro de onde acabara de cair. Desajeitada levantou-se, bateu as mãos uma na outra, sacudiu o vestido alvinegro que vestia enquanto olhara ao redor, em busca de uma forma imediata de escapar dali: do quintal desconhecido.

Tentou sem muito êxito escalar o muro; suspendeu os ombros e pensou: “Vou sair pela porta da frente.” A questão era: Como chegar até lá?Se perpassar pela casa seria impossível. Bater na porta? Sentiu medo e vergonha. Não iria bater. Também, nem precisou. A porta estava entreaberta. Astuciou: “Ora! Se a porta a essa madrugada está aberta e for por descuido, possa ser que os donos da casa estejam dormindo e eu possa silenciosamente chegar à porta da frente e seguir meu rumo. Empurrou a porta devagarzinho (aquele som da porta parecia um agudo de violino infindável pelo silencio do ambiente). “Olha! É uma cozinha!” Gostou do ambiente rústico, pelo jogo amadeirado com objetos verdes. Tirou as sapatilhas(agora as trazia em mãos), e entrou na ponta dos pés, mas na tentativa de acelerar sua fuga, adiantou os passos e tropeçou em um tapete daquele território até então, desconhecido. Foi ao chão, que baque! Naqueles segundos, com o rosto próximo ao chão, quis correr mais do que nunca porque agora certamente alguém acordaria com aquele barulho. Mal fechou a “boca do pensamento” e erguia a cabeça, quando sua visão alcançou adiante dois pés; mais acima canelas, subindo mais um pouco uma toalha em tom claro; mais acima pele, uma barriga masculina; acelerou o movimento, e enfim, o rosto dele. E sua voz? “Quer levantar, por favor? Quem é você?”

Ela, estabanada como sempre, sem saber ao certo o motivo daquele encontro, nem por que estava ali, ouvia essa pergunta como uma expressão logarítmica a decifrar e desnorteada levantou rapidamente, segurando a mão estendida do moço e não deu uma palavra sequer.

Ele assustado, indagava consigo: “Meus Deus, que louca! Quem é ela? Sente medo, mas o meu medo por encontrar um estranho no chão da minha cozinha, numa hora inesperada, não deveria ser maior? ”E expressou:” Ei! Me diz: Que faz aqui?”

Ela correu de forma tão desesperada, que tombou no balcão e derrubou pratos e vasilhas que ali estavam, escorregou por pisar em plásticos, por pouco não se furou com o garfo que estava na pia; e ele, em frente ao balcão, continuava sem entender aquela figura pitoresca e inédita que se debatia em sua cozinha, interrompendo se sagrado sono, sabe-se lá por que diabos!

A essa altura já estava invocado; pulou por cima do balcão para encostá-la na parede e tirar dela a causa daquela parafernália que tornava sua noite inusitada. Ela engatinhou por baixo da mesa, já saiu no corredor, e se bateu numa porta à esquerda. Entrou! Bateu a porta e respirava aceleradamente ofegante. Assim que a moça mergulhou por baixo da cama, ele empurrou com muita força a porta, dirigiu-se ao guarda-roupa e com uma velocidade desordenada puxava as peças de roupa, cama, banho e lançava ao chão, à procura daquela garota que no parecer era, até então, no mínimo louca. “Velho, cadê ela? Será que é uma bruxa?”

Ela ofegava em seu esconderijo, e ele diante do guarda-roupa. Ela novamente avistou os pés, e temia o dono da casa olhasse debaixo da cama, quando se esticava lentamente para o canto da parede e o mais temível aconteceu: Ele baixou a cabeça: “Ei louca, bruxa, ou quem quer que seja! Não precisa medo, pula já daí!” A louca esticou-se pela lateral e embolada entre tantos panos, chegou à porta, desembestou pelo já conhecido corredor que agora deu numa sala, com ornamentação típica “fim de jogo” de homem solteiro. Achou graça (se morasse sozinha não duvida que aquele cenário pudesse representar sua sala numa noite ou outra). Pulou no sofá, tropeçou no banco, mas equilibrou-se. Avistou um copo com Whisky, sentiu vontade de tomar, mas o momento era de fuga! Avistou a porta, e correu em sua direção como quem enfim encontrou o símbolo da liberdade que tanto almejava; pegou na maçaneta já em tom de alívio e girou rapidamente quando esta travou- Que droga!- Não sei qual a sensação pior: perceber que a porta estava trancada, a mão fria em seu ombro, ou a voz: “Ei! Que bagunça é essa? Por que agora, pelos fundos da minha casa? Quem é você?”

Olhos arregalados, boca seca, mãos geladas, coração acelerado e voz sufocada:

-Eu, eu... Não sei! Não sei como vir parar no seu muro, não sei que atraso me traz aqui. Despenquei pela porta do fundo, mas quero sair pela porta da frente. Só isso. Abre pra mim?

-Mas assim, a essa hora? Melhor ficar, fica! Olha... Não tem mais ninguém aqui. Faz pouco tempo que estou sozinho, mas fica. Conversa comigo, me fala sobre você...

Aquela instabilidade, tom de incerteza, olhar desconfiado o atraía. E até mesmo a idéia de sair sem rumo lhe era atraente. Queria saber algo sobre aquela criatura.

Ela caminhou até o sofá, sentou-se, trazendo seguro pelas mãos e externou: Olha, sem confetes, nem eu sei ao certo. Sou instável e costumo desconcertar onde me cabe. Olha seu espaço, veja como já baguncei em tão pouco tempo. E se eu tentar ajudar, me baterei em outras coisas e as derrubarei também. Vou a essa hora sim, não quero bagunças mais. Mas quero sair de uma forma digna: pela porta da frente.

Enquanto falava, hipnotizada pelo olhar daquele moço, percebia que algo encantador a prendia ali, e naquele momento, embora se explicasse e pedisse para sair, seu coração repousara. Sentia paz. Até que um bip soou de seu bolso e junto com a quebra daquele silêncio o despertar do encanto. Ela abruptamente desviou o olhar, passou a ajeitar-se e mais decididamente quis sair.

-Tem certeza?

-Não me pergunte; tenho que ir. Me faz um favor?

-Que é? (Que doida! Um pedido? Que será mais que ela quer?)

-Fecha a porta, por favor? Quando eu sair, tranca. E desculpa aí por deixar essa bagunça toda pra você arrumar. Quando eu descobrir quem sou, você terá notícias; mas grito aqui da sua varanda, não precisa abrir. Mas para eu não sucumbir à vontade de voltar, preciso da certeza de que sua porta estará trancada.

Ele, contra sua vontade, sem entender aquele episódio, pegou a chave na estante, vagarosamente caminhou até a porta, encaixou a chave na maçaneta e girou lentamente. Ela fitou aquele rosto desentendido, beijou-o, baixou os olhos e saiu. Desceu aos pulos os poucos degraus e saiu caminhando pela rua. Ele deixou a porta entreaberta, e por aquela brecha, observava cá, distante, o caminhar incerto da moça.

Ela seguia sorrindo do que percebeu: seu vestido preto e branco tinha fortes manchas cor de rosa. Certamente do molho italiano que estava na cozinha ou da tinta fresca na qual se esbarrou na parede do. Passou a mão no pescoço e deu por falta da gargantilha de estimação, viu também que estava descalça, mas isso não mais incomodara.

Ele, ao andar pela casa, encontrara uma gargantilha com pingente de coração em seu quarto; no corredor manchas rosa na parede; as paredes em três cores, do quarto, também manchadas, e sapatilhas em sua cozinha: - Que bagunça! Foi tão rápido, mas não deixou parte alguma intacta!

E lá longe ela pensava: Que curiosidade! Que será que tinha no banheiro? Olhou para trás e percebeu a porta entreaberta, mas já causara desordem demais. Não voltaria, mas que ficou curiosa ficou...

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Rabiscos do alheio

Era fácil perceber as sensações dela...
Os textos estavam lá, a marcar as alegrias, agruras, frustrações, saudades
E havia quem lá longe, ainda sem maiores contatos, traçasse um quadro psicológico e a companhasse à distância seus momentos, se identificando com alguns, se incomodando com outros; até que um dia parou de incomodar...

Ela mudou. Os temas também.
Deu férias a si. Resolveu rabiscar o alheio.

"Seja ele qual for"


Votos:
"Felicidades! Vocês serão felizes juntos! Parece que nasceram um para o outro!"
"Aquele de entrevista é fácil, pow! Imposssível você não passar. Todo mundo passa!"
"Essa prova é sua! Vai passar no vestibular esse ano, tenho certeza!"


E quando o término é iminente?
Se há uma seleção alguém é reprovado. E quando o alguém é você?
Onde existe aprovação, reprovação está na estatística.





O incerto é uma possibilidade. E talvez esse fechar os olhos ou otimismo exacerbado seja o que mais faça aumentar a dor, e o não saber lidar com o contrário, quando o inesperado vem. O "não" não deixa de ser possibilidade por ser ignorado, e o pior: tampouco anulado.

E quando não ocorrer como acreditou que seria, não esqueça que a vida continua, nem desista de você. Isso não vale!

Otimismo cai bem como cobertura quando a massa é à base de realidade. Dar um tempo e retomar os planos é essencial, é o que nos aprimora, e faz a massa ficar mais consistente.

Quando fiz Vestibular, uma frase marcante foi: boa prova. E volte para me contar o resultado, seja ele qual for. E voltei... Naquela prova não tinha passado, mas voltei para agradecer pelo ingrediente na massa. Aos que caramelizam, agradeci pela doçura; mas não esqueço de acreditar que o pós e contra também nos faz crescer, seja ele qual for.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Princípio e Fim


Essa deu muito no que pensar... (By Facebook)

“-É serio... O fim das coisas são melhores que o principio delas... Tipo... No fim você vai descobrir que essa só foi uma parte triste que você teve que passar p construir sua história... Só foi um tijolinho sacou?"
Rodrigo Heaven


Ainda me chama de Pró uma pessoa dessa. 
Obrigada, meu Prof! Aqui que ensina é você...

Amaria sonhos coloridos



E tudo vira pirraça... As canções, as postagens, as perguntas dos amigos, as idéias, as lembranças de planos, tudo vira alusão...

"Sonha em cores quando quer esquecer ou lembrar de alguém. Esse segredo não é qualquer, ele guarda outros também..."                                  
Maglore

"Preto e branco é todo o universo de habitação..."
Maglore

"Quando seu mundo ficar preto e branco mais uma vez me procura ... Pinto ele de Rosinha mais uma vez "
Um quase africano pincelado de Orientalidade


Amaria Sonhos coloridos

Percebidos


-Pára de falar como se já estivesse nos acréscimos do 2° tempo. Implicitamente, tem uma mania de querer as coisas bem definidas logo. Sei que parece palavras de quem não te conhece(e não conheço mesmo), mas em alguns detalhes te percebo(embora não seja tão transparente), e o apito não está em suas mãos, nem na minha. Estamos em campo. Quando o apito tocar, ouviremos e entenderemos. Não somos nós que cronometramos a partida...

-Odeio quando as pessoas acham que me conhecem...

-Ah... E desculpa por ter começado de uma forma tão imperativa, sei que detesta ordens expressas assim... Desculpa por te perceber também, e um pedido: Se mostra menos. É... Porque a tendência é fazer que você sinta ódio(estranho) cada vez mais, e isso só tem aumentado tudo isso aqui dentro. Poxa... Já havia me esquecido!

-Que é?

-A palavra odeio não combina com sua boca, nem suas motivações, chega a soar estranho, mas combina perfeitamente com sua autoproteção, e seu olhar irritado. Percebi aí... foi mal!







segunda-feira, 23 de julho de 2012


Suas palavras eram doces, mas ações cruéis. E ele, diante dela, ora menina, ora mulher, sentia-se cada vez mais menino. Um menino abobado, querendo acreditar que ela não fazia por mal... Eram desacertos.

Assim dói menos.... Pelo menos por hora.

GaMe OvEr


Quando ocorre o "Game Over", você tem chance de iniciar outra partida, com mais vidas, renova as chances de zerar(nunca gostei desse termo no jogo), fazer o ciclo completo...
Ás vezes a frustração lhe tira o "Reset" imediato. Relaxa, mas relaxa e volta. Talvez em outro momento, um outro jogo seja o melhor.

"Vivendo e aprendendo a jogar. Na sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar" Elis Regina

Vontade de tomar sopa...
Mas sopa de ninho de Andorinha, lá na Tailândia, após conhecer a Feira do Trem...

#akilomeatraifortemente


"Mesmo sendo errados os amantes, os amores serão bons..."
Chico


Amante? Eu? Sempre! Essa é uma das poucas certezas que eu poderia ter... No mais, vou me batendo nos postes incertos por ai...

Fugindo de algumas outras certezas... Vá por mim: Nem todas fazem bem...

Domínio Público



-E sabe o pior? Tem devaneios meus que só você sabe...

-Você é louca! Conta por que quer...

-Se eu morrer, você conta... Não precisa contar após 70 anos de morte não, viu?

-70 anos. Por que 70?

-Sim... Após 70 anos de morte do autor, a obra não vira domínio público?

-Você é besta!

-Já que você não sabe esperar, pode ser de imediato mesmo como quase tudo que você faz... Divulga minhas loucuras, e o que eu tiver acumulado em prol dos meus devaneios, entrega a MULHER mais sonhadora que você conhecer...

-Rs... Por que mulher?

-Porque gosto de ser mulher até à morte! É pela classe mesmo sabe?

-Louca!

-Mas enquanto eu não morrer, se feche, viu? Boca de siri!

sábado, 21 de julho de 2012



Os braços se alongam, mas pesam. Os olhos se erguem mas fecham. As pernas entrelaçadas, anseiam correr. E a mente insiste em dencansar, não querer pensar em nada e exigir um tempo seu...

A serenidade se faz tão presente que chega a ser estranho, mas é um ingrediente essencial, e como poucos respeita o momento de cada um.

sexta-feira, 20 de julho de 2012


Ai que vontade de tomar sorvete!
Mas só serve sabor Liberdade, com cobertura de Bem Querer e se só tem granulado "Faz de conta", prefiro que seja sem confetes!
Que em minha boca derreta, perca a forma, e declive em minha garganta em ondas de prazer...
Salivo faz tempo...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

E o coração que padeça!



Decepcionada? Sim. Se amo menos? Não. Só penso que "Eu te amo" deve ocorrer de forma espontânea e sua graça em dizê-lo todos os dias é quando vem espontaneamente. Amava ouvir "eu te amo" diariamente porque não foi um combinado, mas um percebido. Doeu esse dias, foi estranho, confesso e sua indiferença é o caos. Mas numa boua... Se fosse para sair rasgando a garganta, prefiro nem ouvir nem dizer.

Saúde às cordas vocais, e o coração que padeça!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Dizprela que eugosdela



Ela nem me dabola
Num enxerga meu esforço
De fazer o melhor prela
Pra vê se dô algum gosto

Se por si não apercebe
Essa gostência singela
Me faz um favor, Dona Lua
Dizprela que eu gosdela



O título foi um presente do gracioso Israel Anunciação. 
Compõe umas músicas bem legais e tá perdendo tempo em não blogar também, já cutuquei! 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

De esperar-te.




As estrelas são testemunhas de que acreditei que teria sua atenção
A espera do seu “Já vou” foi tanta
Que as palavras me foram companhia, me embriagaram.
Devaneei, produzi, lamentei. Esperei, esperei, esperei...
Cansei! Cochilei... Papel no colo, caneta em mãos, ânsia no coração menos você na minha presença.
Problema? Não. Sofá me fez companhia...
Raiva? Não, não. Só uma dose a mais de decepção...
Já to ficando embriagada...

Virgulas in Persona




Toda Persona precisa de vírgulas.
Vírgulas para quando necessário for, refletir em pausas.
E onde encaixar tais Vírgulas?
Calma, Persona... Tenha paciência e sabedoria.
A vírgula em excesso é tão “desgraçante” quanto sua falta.
Que a Persona seja levemente vircular...

Por que foges?



Queria te entender, sabia? Ter noção do que permeia seus pensamentos, o que tem norteado suas últimas ações. A sensação de te desconhecer ta acabando comigo... Muito. Quando digo que quero conversar, sente sono cedo, contrariando a insônia que diz sentir, não em tem olhado nos olhos, me achou estranha e falou a “segundos, terceiros e quartos”. E quer saber? Detesto essa sensação de fuga. Me faz alimentar a impressão de perceber fagulhas de inverdades. E numa boa... Prefiro acreditar que seja um devaneio meu, a levar fé numa mentira sua para mim, bem sabes!

Salve o Respeito!



Amo o respeito... Aos momentos de reflexão, às lágrimas, à TPM, aos devaneios, aos loucos por amar, à verdade, aos sentimentos, à opiniões diversas.
Respeitar é essência, e os que sabem aplicá-lo me são muito especiais.

“Habitar-me”




“Me” saiu sem bússola por aí
Ouviu os contos do “Será”e ficou encantado com aquele mundo de possibilidades.
Apaixonou-se por sonhar com o que poderia ser
Mas percebeu o quanto isso poderia custar a si, aos seus, ao "seu".
“Me” sentiu dor, peso, maldade em si, 
Quis habitar-se novamente
Mas parece que ali já não há espaço
Precisa de um si maior, para cabê-lo
Por hora, parece não caber em si...

MeDuS...


“O medo dela era transformar as vírgulas em ponto e vírgula, pulasse o travessão, virasse ponto, e de tantos destes se perdesse em reticências...”

LOgO aGoRa?




Agora?
Não, não daria certo. Ele, autêntico o suficiente para merecer inteireza do que foi vivido. Ela, sentia-se cada vez mais negando-se em essência. E por mais doloroso e insano que parecesse resolveu parar. Afinal, acreditava que ele não merecia nada pela metade, nem seria justo oferecer-lhe Heteronimos (que ela desaprecia). Logo a quem, essencialmente Ortonimo.

sábado, 14 de julho de 2012

Mês semestral: De 12 a 12



Um mês passado e mais um ciclo fechado dessa jornada.
De 12 a 12, sem a menor intenção de estabelecê-lo assim. Este intenso como poucos. Se os demais foram como doses, mergulhos e chacoalhos, esse poderia ser _________, nados pré-sal e tsunamis. Perdeu a conta de quantos "nãos" se fizeram "sim". E o que foi estréia com Águas de Março, contempla as cortinas baixarem com o Frio de Julho. Expectativas para nova temporada? Não nesse palco, com essa trama. A estrela "expectativa" está afastada e em seu lugar atua a "análise". Hoje a "expectativa" não atua por não saber comportar-se e danificar um dos mais nobres aposentos: o coração. E se este ciclo de 12 a 12 fosse mensurado pela intensidade dos seus ocorridos, mês seria apelido; este seria chamado Semestre(ou mais...)

Saudade de si

Saudade de si. De certas certezas que tinha, de viver sem legendas. E quando diz isso não se refere a um regresso, mas um reencontro com quem foi, para ter certeza do que vale a pena manter e do que é preciso descartar. Enquanto isso vai levando. Por vezes a lamentar o efeito decadentista  que crises como essas podem ter sobre os que se importam com ela, e, se possível, mantê-los afastados para não feri-los. Eles não têm culpa... só querem ajudar.

O Cumprimento... Que cumprimento!

Ainda esse mês havia postado a obra "O Beijo" de Gustav Klimt, e nem mesmo imaginei que esse ano, nesse mês (como muitos agraciados "Julianos" que conheço), se em vida estivesse, o moço completaria 150 aninhos.
Ganhou destaque no Google, com direito a homenagem. Na Home Page do site, o quadro já citado. Agora, uma segunda obra digna de olhares ternos: O Cumprimento.


O Cumprimento- Gustav Klimt

Tem cumprimento mais gostoso que um abraço? 
Aprendi que poucos instantes dum abraço de quem se ama são um dos mais sublimes de toda uma vida.
Abraços...Eles unem mais que corpos. Emanam mais que calor. Expressam mais que carinho. Porque abraço é a expectativa do mais. De estar mais próximo, de ser mais que cumprimento. De enfim, ser abraço.
Certa vez me perguntaram: "E se não desse tempo para conversar, e tivéssemos apenas os primeiros três minutos, o abraço não teria valido apena?" Uma das reflexões mais intensas que tive em segundos. E se antes já amava abraços, hoje muito mais. Afinal, são poucos os que usufruem essa dádiva de saber abraçar. E abraço mesmo. Sem receios, sem vergonha(nem um pingo), sem mágoas... Saio colhendo-os por aí para minha coleção, e tenho por objetivo ter amostras infinitas. Cada vez mais  fascinada pelos sinceros e espontâneos.

E já que não dá para enviá-los via internet, desejo a recordação da sensação de um bom abraço!









sexta-feira, 13 de julho de 2012

Crimes do amor - João Jonga de Lima


"O amor comete crimes brutais: dor e prazer em doses iguais"

Será? Tenho cá minha dúvidas...
O amor não requer dor, tampouco é criminoso. Essa tal dor pode ser resultado de um não saber lidar com o amor, não saber lhe dar o trato devido.
Paremos de denominar amor nossos mal entendidos e erros nesse jogo do amar..
Amor é outra coisa. Muito mais sublime... 
Crimes quem comete somos nós. Consequentemente deliciamos no prazer de cometê-los e nos iludimos achando que estamos escapes a da dor...

Ass,
Uma criminosa.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

De qualquer sorte a fenix vai voar ... :)




"Confiar e acreditar não é para todos..."
Vinícius Cézar


"Naturalis"


Ela acha normal andar pela casa nua. E o pai, às vezes fica meio constrangido, parece. Aí ela põe uma calcinha e acha que está de bom tamanho. Ela diz sentir sensação de liberdade, e que se o mundo todo vivesse assim, seria tão natural que não haveria maldade em relação ao corpo um do outro. Pensando bem, isso é uma coisa de Deus! De Deus mesmo. Segundo a Bíblia Eva só cobriu-se com folhas após ter provado do fruto proibido, não? E se quando Deus criou o casal, não pôs roupa era da vontade dele vivermos da forma mais natural possível. Ela viaja pensando nisso. Até que um dia encontra um doido que pensa como ela. Bem sabe que não os únicos que pensam assim, mas estão entre as exceções que assumem a idéia. Diz que no quarto dela quer uma foto que represente essa naturalidade toda. Viu essa imagem e se apaixonou. Vai adotar como sucedâneo. Isso porque sabe que a família toda não toparia tirar uma foto assim, "na chapa", mas bem que ela queria... A família todinha. Pelo menos a vó ela imagina que amaria. Aliás, até foto do derrière da avó ela já tem...

terça-feira, 10 de julho de 2012

SOMA

-Garçom, não tenho consumido álcool. Mas me consegue uma dose de "soma", por favor...
-Escute, minha cara:
  Se eficaz em você fosse, quão mecânica sería
  Olvido estático a tomaria neste momento, de tantas doses que viria a consumir
  Meramente humana, reconheça e aprenda com a que agora te faz companhia:
  Admirável dor nada nova

Os tais sintomas

Ela poderia dormir, mas não conseguia.
Quis chorar, pensou em respeitar suas lágrimas, e percebeu que a forma mais nobre de respeitá-la era por deixá-las livres. Deixá-las correr, e reconheceu que de lágrimas pouco entendia.
Ela queria uma forma de se distanciar de tudo aquilo, mas uma força ainda maior a atraía às musicas, frases, gestos, cheiros, conversas com amigos... que remetiam àqueles momentos sublimes, nesse momento, convertidos em dor. 
Releu todos os e-mails que transpareciam toda a amizade, crise, canções dedicadas, piadas, vontades compartilhadas ao longo desses meses. Riu com uns, chorou com outros. Escreveu, re-escreveu, Compôs um poema mais prescritivo do que nunca(e não postou), desses que só se fazem quando se está ridicularmente apaixonado. Por fim, adormeceu. E surpreendentemente, essa noite ela adormeceu. Já às 04:30 mas adormeceu. Para despertar no dia seguinte às 08h, mas adormeceu... Pedindo a Deus que cuidasse do seu amado onde quer que estivesse, e que realizasse seu sonho de ser sábio.. E adormeceu... 

Pós-80




-Cê lembra amor, das coisas que achávamos loucura, e ficávamos encantados por escutar um do doutro e nunca ter escutado aquilo de mais ninguém?

-Lembro sim.

-Sabe, meu bem... Quando eu ficava com o olhar perdido quando você estava falando, e parecia estar em outro lugar, você perguntava: Que foi, hein? Tá pensando em quê?

-Hum... Você respondia: "Nada", na maior cara dura... Que tem?

-Muitas vezes era mais uma coincidência de pensamentos, mas como já nos parecíamos tanto que poderia parecer que estava dizendo aquilo só para te agradar; eu ficava calada, te admirando, surpresa; na verdade assustada com a forma como tudo se encaixava tão bem.

-Rs... Você era louca, amor.

-Ainda bem. Você também era. 

-Lembra que não queríamos mais ter filhos pela crueldade que ja imperava nesse mundo, mas quando nos conhecemos queríamos uma criança com traços nossos, e quando achávamos que não teríamos mais volta abrimos mão desse plano?

-Sim... 

-Já tinhamos até nome para as crianças, idealizado quarto para minha filha e sua irmã na nossa casa, planos de viagem.

-Sabe... Eu nunca desacreditei que isso fosse acontecer. Apesar de todos os intervalos, de toda dor, de tantas voltas... Eu nunca desisti de nós.

-Me lembro bem que quando eu dizia "Adeus", você dizia "Até mais" em sua teimosia.

-Ninguém mais acreditava que fôssemos voltar um para o outro... Nem você, confessa!

-Rs... Olha só, tive meus motivos, Amor. Você me fez abrir mão de tudo que eu mais queria no momento, sem entender porque fazer aquilo, e só com o tempo entenderia. Queria que eu sentasse e esperasse o tempo passar?

-Queria que você entendesse que algumas respostas só o tempo traz.

-É... eu era muito impaciente... Mas olha o fruto da paciência: Hoje temos netos lindos, conhecemos os sete emirados juntos, visitamos territórios isolados, fizemos novos laços...

-E eu que já julguei por achar que pretendia se afastar de mim por 8 anos...

-Eu sempre imaginei que teríamos muito para contar após 80...

-Obrigada por imaginar, por acreditar, por ir atrás de mim e insistir em uma chance para nós apesar de tantos tombos. Apesar de eu não mais acreditar em você. Valeu a pena, amor. E se fosse para alcançar tudo que construímos hoje, outra vez. Reviveria cada momento. Porque todo engano, desentendido, encontro e desencontro, foi movido por amor.

-Rs...

-Que foi, hein? Tá pensando em quê?

-Nada... (rs) E esse final de semana, vamos passar na casa de qual das crias, hein?

-Esqueceu, mulher? Esse é o final de semana que todos eles vem para cá.

-Que lindo! Tinha esquecido, amor.

-Eu sei...

-Obrigada por lembrar... Hoje teremos cheiro de sorriso de criança pela casa. Que bom...E qual das viagens contaremos hoje?

-Porto Seguro?!

-Fomos separados. Quer dizer... Eu fui antes e você, quando foi novamente não foi comigo. Foi com uma amiga, não lembra?

-Oh, meu bem. Desculpa... Podemos contar a de Jericoacoara.

-Não, meu bem. Pode contar a de Porto, rs. E não pula detalhes. Nossos filhos e netos precisam saber dos intervalos... E por favor, não menospreze o papel da sua amiga nessas crises. Poucos são companheiros como ela foi/é. Ela poderia vir para cá hoje também, né? Ela faz parte da nossa história

-Será que ela pode?

-Como saber sem chamá-la? Me deixa levantar, amor. Vou ligar para ela.

-Ei! 
-Hum...

-Te amo muito!

-Também te amo... Cada dia mais... Por estes e pelos próximos 80.

Pós-80





-Cê lembra amor, das coisas que achávamos loucura, e ficávamos encantados por escutar um do doutro e nunca ter escutado aquilo de mais ninguém?
-Lembro sim.
-Sabe, meu bem... Quando eu ficava com o olhar perdido quando você estava falando, e parecia estar em outro lugar, você perguntava: Que foi, hein? Tá pensando em quê?
-Hum... Você respondia: "Nada", na maior cara dura... Que tem?
-Muitas vezes era mais uma coincidência de pensamentos, mas como já nos parecíamos tanto que poderia parecer que estava dizendo aquilo só para te agradar; eu ficava calada, te admirando, surpresa; na verdade assustada com a forma como tudo se encaixava tão bem.
-Rs... Você era louca, amor.
-Ainda bem. Você também era. 
-Lembra que não queríamos mais ter filhos pela crueldade que ja imperava nesse mundo, mas quando nos conhecemos queríamos uma criança com traços nossos, e quando achávamos que não teríamos mais volta abrimos mão desse plano?
-Sim... 
-Já tinhamos até nome para as crianças, idealizado quarto para minha filha e sua irmã na nossa casa, planos de viagem.
-Sabe... Eu nunca desacreditei que isso fosse acontecer. Apesar de todos os intervalos, de toda dor, de tantas voltas... Eu nunca desisti de nós.
-Me lembro bem que quando eu dizia "Adeus", você dizia "Até mais" em sua teimosia.
-Ninguém mais acreditava que fôssemos voltar um para o outro... Nem você, confessa!
-Rs... Olha só, tive meus motivos, Amor. Você me fez abrir mão de tudo que eu mais queria no momento, sem entender porque fazer aquilo, e só com o tempo entenderia. Queria que eu sentasse e esperasse o tempo passar?
-Queria que você entendesse que algumas respostas só o tempo traz.
-É... eu era muito impaciente... Mas olha o fruto da paciência: Hoje temos netos lindos, conhecemos os sete emirados juntos, visitamos territórios isolados, fizemos novos laços...
-E eu que já julguei por achar que pretendia se afastar de mim por 8 anos...
-Eu sempre imaginei que teríamos muito para contar após 80...
-Obrigada por imaginar, por acreditar, por ir atrás de mim e insistir em uma chance para nós apesar de tantos tombos. Apesar de eu não mais acreditar em você. Valeu a pena, amor. E se fosse para alcançar tudo que construímos hoje, outra vez. Reviveria cada momento. Porque todo engano, desentendido, encontro e desencontro, foi movido por amor.
-Rs...
-Que foi, hein? Tá pensando em quê?
-Nada... (rs) E esse final de semana, vamos passar na casa de qual das crias, hein?
-Esqueceu, mulher? Esse é o final de semana que todos eles vem para cá.
-Que lindo! Tinha esquecido, amor.
-Eu sei...
-Obrigada por lembrar... Hoje teremos cheiro de sorriso de criança pela casa. Que bom...E qual das viagens contaremos hoje?
-Porto Seguro?!
-Fomos separados. Quer dizer... Eu fui antes e você, quando foi novamente não foi comigo. Foi com uma amiga, não lembra?
-Oh, meu bem. Desculpa... Podemos contar a de Jericoacoara.
-Não, meu bem. Pode contar a de Porto, rs. E não pula detalhes. Nossos filhos e netos precisam saber dos intervalos... E por favor, não menospreze o papel da sua amiga nessas crises. Poucos são companheiros como ela foi/é. Ela poderia vir para cá hoje também, né? Ela faz parte da nossa história
-Será que ela pode?
-Como saber sem chamá-la? Me deixa levantar, amor. Vou ligar para ela.
-Ei!
-Hum...

-Te amo muito!
-Também te amo... Cada dia mais... Por estes e pelos próximos 80. 

SOS- ME



Sinto cheiro de pensamento inquietantes
Ouço grito de olhar expressivo
Saboreio o gosto de palavra na ponta da língua
Vejo cor de sonhos infantis adolescidos adultamente adulterados
Escuto som de boas novas chegando a galope
Eis que esse último parece o mais remoto
O que requer maior esforço para ser percebido
Faz o chão tremer ameaçando desestrutura
Mas poucos o escutam já que para ouvi-lo é preciso abaixar-se
E raros são os virtuosos que conseguem captá-los em meio aos sons que se confundem cá fora

segunda-feira, 9 de julho de 2012

"O Beijo"




"E se o tempo levar você
E um dia eu te olhar e não te reconhecer
E se o romance se desconstruir
Perder o sentido
E eu me esquecer por ai
Ma nós somos um quadro de Klimt
"O Beijo" para sempre fagulhando em cores
Resistindo a tudo seremos
Dois velhos felizes
De mãos dadas numa tarde de Sol
Pra sempre
Te amo, te amo, te amo"


E hoje sinto-me fagulha. Utilizada por Klimt, cantada por Vanessa, materializada em Persona.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Time



E se tem algo que apenas ele pode esclarecer, paciência aos apresadinhos, mas a pressa não catalisa nada...

Desculpa...


E se te devo desculpas é por entrar assim num espaço seu, sem convite, bagunçando tudo.
Sim, devo desculpas por querer seu olhar em uma criança concebida em mim.
E ainda mais, devo desculpa por ter feito tantos planos com você.
Desculpas também por essa certeza tola de afirmar que você representa o que eu não procurava mas sinto que é o que sempre precisei.
Desculpas por não conseguir fazer as malas e atravessar a porta.
Desculpas pela dor que te fiz/faço passar.
Desculpa por não te merecer.
Desculpa por te pedir desculpa, mas peço por não conseguir outra forma de expressar o que eu sinto.
Desculpa por te aproveitar coimo inspiração mais uma vez...
Desculpa...