quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Avessar-te



Racionalizar a dor: Ironia
Amizade perpetuada: Quase prece
Zelar pelo vivido: Nobre ato
Esquecer: Intenção que padece
Criar, reinventar, reescrever: necessidade.

Te viro ao avesso para ver se entendo suas cicatrizes, sonhos e escolha do novo endereço.
Assim "avessado", seus semi-tons, meio-termos me soam razão.
Se te desavesso, já não vejo direito. Antes, um gauche corte.
E nesse trocadilho de embaralhar-te para te entender enxergo em essência, o rezar. Mas quero mais, e quando subtraio sua capa de zorro descubro em você um "Será?".
Talvez só neuras, ou dentre mil formas, apenas mais uma de te olhar.

(Ser) Nascimento



"Pus ponto no conto para renascer". Minto
Palavras lançadas para encobrir o que não quis expor: dor.
Tão frias, duras, concretas criavam muro. (eu) Cimento...
Muro que tinha estampado sorrisos, mas abrigava o lamento.
Não desisto, adio. E verá quem duvida ou quem crê no que alimento
Que valerá a pena o alento, do que tento, distraidamente atento:
Ser Nascimento.

Salvador, 30 de janeiro






...

“Mesmo no riso o coração talvez sinta dor.” — Provérbios 14:13.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Punhadim de falavra


Faça das palavras farinha: Se grossa, não faça o próximo engolir se você não gostaria de ingeri-la assim. Penere...
Peneirar pode levar tempo, requer paciência, mas nada que um resultado não compense.
É um desafio, mas por mais que me peçam, insistam, implorem pela farinha, insisto em refiná-la. E que depois venha o bom gozo da farofa, do pirão e boa companhia para um dedo de prosa.