terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Estranhos...

A folga
A escrita
O dia
O dito
O desfecho
O não-riso
Eu



Todos muito estranhos...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Mutantes desentendidos


Entender é para os fortes... rs.
Tô fazendo questão de entender muita coisa, não. Ultimamente me parece que a compreensão de que a mutabilidade é imanente às coisas e pessoas tem sido a melhor forma de levar o barco.

"Meia palavra bas..."

domingo, 3 de novembro de 2013

Ora sonhos, Quiçá lembranças...

Conhecer gente nova
 Escutar Los, Caetano
Jogar on line
Traçar um drapeado de vestido
Desenhar uma tela nova...
Não adianta... rs.
Assume que não consegue mudar o foco (e já pode rir de si).
Existem coisas que são indesistíveis
E de tanta indesistibilidade insistirá de massagear seus pensamentos
Ora sonhos
Quiçá lembranças...


sábado, 2 de novembro de 2013

Poema para Isabela

Ela,
Que não é Gabriela,
Se envolve em cada fio rebelde
Que se revela lindo,
E não gosta de ser liso
Com seu dendê pede licença ao Cravo e Canela
Para esbanjar o que a vida naturalmente lhe concede:
Ser Bela

sábado, 21 de setembro de 2013

Ausência...

"O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade."
John Dryden

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Onde te leva essa pressa?


E é uma pressa
Que quer tomar o tempo da prece
O tempo do sono
O tempo da sopa
O tempo do sonho

Se já não há tempo para preces,
Desvanecer-me-ei, sem forças para remar.

Se já não há tempo para os sono,
Produzo em cansaço,
Irrito-me ao produzir,
Não satisfaço com o que faço.
Acho frio.
Acho aço.
Desfaço?

Se não há tempo para sopa,
Como um conservante encarnado em lanche,
Agrotóxico encarnado em banana,
Em companhia de desconhecidos,
Que também não têm tempo para tomar sopa com os seus.

Se não houvesse tempo do sonho,
Não haveria o que almejar,
O que concretizar,
O que buscar...
Não haveria eu.


E ainda há quem pergunte por que não tenho pressa... rs.

Porque sou sonho, e almejo um sonho tranquilo após tomar sopa com os meus, agradecida em curta prece.


sábado, 24 de agosto de 2013

Se lançar...


E tive um sonho me que fez arfar ao acordar. Foram mergulhos tão profundos, e eu assistia, mas parte de mim estava lá. E o lago era escuro, mas eu sentia prazer naquilo, e o medo do escuro foi embora. E depois o mergulho foi no claro, e quilo foi muito intenso também. E depois tava na pista, e depois se lançava de uma estrutura estreita de rocha muito alta e a queda foi nesse lago de novo! Meu Deus! Uau! foi tudo muito forte. Foi um sonho muito real... Profundo... Literalmente... rs.

O intrigante é que não lembro de ter saído de lá. A lembrança é de ter mergulhado cada vez mais, sem retorno. O nadador não era eu, mas parte de mim estava lá. Desejo que essa lembrança se torne indelével, e não venha a se esvair como tantos pensamentos, planos e sonhos bons que um dia tive, e hoje, não mais.


Aperto de mão - Castle

-Eu gostaria de te beijar agora.
- Sim. eu sei...
-Este sou eu suavemente toando seu rosto puxando para um beijo longo lento.
-E esta sou eu retribuindo seu beijo, colocando minha mão em seus cabelos.
-Melhor aperto de mão de todos.
-Sim.



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Eu pontuo, Tu pontuas...


Excesso de Vírgula, persistentes Reticências, explicativos Travessões... Pode tentar do jeito que for. Tem coisas que só progridem com um Ponto, e este, nada substitui. Permita-se ter uma perspectiva real das coisas, se iluda não, essa menina... E use o bom discernimento para distinguir quando tal Ponto deve ainda permitir a Continuação de algo ou deve ser Final. 
Em respeito às pausas  já feitas, um Ponto.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Puft!


Cheiro de poesia
Maresia no corpo
Palavras trancadas
Preguiça nos dedos
Juízo a mil e uma noites por hora
Escrever, apagar, re-escrever, esconder, re-re- escrever. Ah!
Tranco essa mistura indizível
Me ignoro
Leio para alguém um livro que não me interessa.
Ao menos útil (me parece).
-Ih, dormiu... Que inveja! Minhas inquietudes não permitem...
Puft!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Raros



"Paga-se caro por querer o raro, então que seja bem pago, e cada vez mais raro. "
Aí te quis, ficamos cada vez mais raros, e hoje pagamos.
Agora tá entendido, cumprido, consumado...
E nós? Consumimos?
Talvez consumidos.

sábado, 3 de agosto de 2013

Sem pressa, uma prece

"E me dá paciência, Pai.
Me ensina a lidar com o ciúme infundado.
E mesmo em irritação, não negar amor.
Amém!"

segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Se cuide"

"Eu te amo, mas tenho que ir...
 Se cuide."

Foi assim que ela se despediu da última vez.
E quando lembro daquela "voz-zinha" gostosa recomendando que eu ficasse bem, acho graça...
Que seria o "se cuidar" para ela?

Recordar isso cria em mim risos.
Dá vontade de cuidar-me mais...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Em Mar(es)



E as ondas não param de bater
Ora respinga
Ora inunda
Inunda...



Mas não afunda


Ele é bom de burdejo
E nele confio
Foco e sigo



Coroas têm
Vento Sul também
Mas a fé me faz seguir

Mares a dentro
Encontro meu marco
E sigo


A Fé. Meu equilíbrio.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Feliz?

Feliz é quem consegue apesar de dores, desafios e desapontamentos, sorrir (com o coração).
Feliz é quem consegue após um dia estressante, com direito a cansaços e engarrafamento reconhecer a beleza dum olhar de uma criança que ficou o dia na expectativa de sua chegada e entende que esta não tem nada a ver com o seu dia ruim, e aceita com afeição seu abraço caloroso de recepção.
Feliz é quem consegue mesmo magoado, não ser ríspido com quem lhe magoou. ( E raro...)
Feliz é quem apesar de toda uma onda de modernismo supérfluo é cônscio de sua necessidade espiritual.
Feliz é quem se ama, e não outorga a ninguém poder sobre a chave de sua felicidade e amor próprio.

Atenciosamente,
Alguém que observa a felicidade alheia por aí, sem muita propriedade para falar sobre tal, mas ousa...

Porque não sois atemporal...


"Em pouco tempo não serás mais o que és..."
Cartola

domingo, 9 de junho de 2013

Eternimar...


"Dá vontade de ficar
 Num lugar que é tão perto do mar
 Dá vontade de ficar,
 de morar, demorar vendo o mar..."

Crombie

sexta-feira, 7 de junho de 2013

"Conhece-te a ti mesmo" - Sócrates


Conhecer a si mesmo é um processo desafiador e contínuo. Afinal, o homem está sempre em mudança, e tomar conhecimento do mutável e suas variantes não é tarefa fácil. Logo, o homem não tem capacidade de conhecer-se de forma plena. Um ponto fundamental e muitas vezes doloroso nesse processo é o abrir os olhos para o que há de essência dentro, e admitir suas falhas, idiossincrasias, desejos incontáveis. Por mais que se esforce em ser um bom funcionário, pague honestamente suas dívidas, faça preces diárias e doações a instituições de caridades e bambambam, em seu cantinho íntimo, desnudado, em frente ao espelho, encarando a si mesmo, o que enxerga? Quem enxerga? Como se sente com quem é você, hoje? A pessoa que era há aproximadamente 3 anos atrás, se orgulharia de quem é hoje?
Mutantes. Errantes. Andantes. Enfim, humanos.
Não raro em meio a tentativa de saber quem se é, ocorre o não mais reconhecer-se, e como isso pode ser assustador! Coisas que embora não jurasse, tinha como sagrado praticar. Outras que jurou a si mesmo nunca fazer. E aquelas que imaginou que um dia as coisas pudessem chegar a tal ponto e num momento inesperado, elas chegam? Rs... Arrebatam, dão rasteiras...
Em meio a todas esse desconforto necessário, esse tipo de tsunami mental, percebe-se aquelas coisas que talvez nem soubéssemos onde se encontravam, e as ondas levam algumas, enquanto outras deixam expostas, destroçadas. E agora? Que fazer como que resta?
O que fazer do que restou? Decerto, haverá muito o que descartar. Porém, há de ter o que renovar. Ainda que escape aos olhos. Nem que seja interno, as forças, a paz interior. Aí sim, depois disso, talvez consiga discernir os descartáveis dos restauráveis. Sábia decisão...
Palavras, palavras, palavras...
E só falar não dá conta do que deve ser feito... e só saber o que deve ser feito também não dá conta. E será que sozinhos damos conta do que deve ser feito?
Pensares, pensares, pensares...
E se falta forças, e se some o chão, e há o choro, o sofrer, a insegurança o cansaço, a desolação, a doença?
Ore, ore, ore... Ore muito! E nunca subestime o poder de uma oração. Jeová Deus dá ouvido às suas declarações, entende seu suspiro e presta atenção ao seu clamor por ajuda. (Salmos 51:1,2).
Você pode até não se conhecer de forma plena, mas Deus, o Criador e Ouvinte de oração, sim. (Salmos 139: 1,2, 23, 24)

Salvador, 06 de junho de 2013.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Muda Cenário. Plateia muda.


Todos saíram do auditório e eu permaneci. Resolvi ficar. Quis ver a preparação do novo cenário. Sentei em uma das cadeiras, sem mais ninguém na plateia agora.
Ali, eu. Em frente, o palco. O cenário: em desconstrução. Ao mesmo tempo que desmontado, outro em  construção simultânea.
Não podia ajudar. Sentada, apenas indicava as posições em que as coisas talvez ficassem melhores.
-Garota! Pxiiiiiiiiiiiiii! Disse um voz vinda do palco.

Calo. Não mais opino sobre as ordens das coisas que acontece diante dos meus olhos. Talvez a próxima ordem seja de saída... Muda o cenário, e a plateia, muda.

A voz do ponto


O "." retou!
Cansou de ser posto abaixo d'outro por explicação ou nova pronuncia :
Cansou de ser posto atrás doutro's por falta de palavras, por omissão ou perpetuar...
O "." cansou de ser posto abaixo duma verticalidade para força expressar!
O "." só queria ser ".", ora bolas!
Final. Se preciso, morto. Mas que fosse ponto.

sábado, 25 de maio de 2013

Crônica- Morna pra ser Moderna


Ontem o dia foi cheio... Como num conto: Contido do presente e do ausente. Do explícito e do oculto. 
Uma oficina de conto com o escritor Mayrant Gallo, que fomentou ideias sensacionais, e despertou um desejo enorme de escrever mais uma crônica... Sobre o que? Pensei em escrever sobre a relação entre amor, paciencia e respeito(até então, tema do meu dia); mas o lirismo me pegava pela mão e quando eu pensava em escrever até o final da linha, ela quebrava e iniciava outra. Fez-se poema, minha prosa. Não rascunhei em papel, nem digitei. Mas a ânsia persistia em soprar em meu ouvido: "Escreve, moça... Vai te fazer bem. Pode fazer bema alguém".
Passado engarrafamento Cabula-Retiro-Sete portas-Baixa dos Sapateiros.
Cenário: Pelourinho. Companhia: O Céu. Um desejo: Ligar. O feito: Esperar.Enquanto esperava as ideias fervilhavam e causavam convulsão por dentro. O que escrever?
De repente, começou a chover... Caiam pingos de expectativas, drama, ansiedade, preocupação, riso, lágrima, saudade... Pingavam sobre o papel, e sem que eu esperasse, lá estava a crônica, sobre a folha em branco. Crônica de pingos...
Dobrei a folha não mais virgem. Agora, pingada, cronicada, e segui. 
Subi a ladeira do Pelô... Pensei em escrever sobra as pessoas, o colorido, os moradores, o paralelepípedo e como isso me excitou um dia, e como hoje não mais.
Já do Lacerda, pensei em escrever sobre dependência, insegurança, solidão... Apreciei a cidade Baixa... Olhava em direção aos Mares, Bonfim... Mas ao diminuir o Zoom, logo abaixo do Lacerda, a cena era de um morador acendendo o "soma" do dia. Cada um abstrai como pode, e se meu "soma" era o espetáculo que me fazia esperar sozinha, a vagar, por mais de uma hora por aquelas ruas, o dele era imediato, e precisara apenas de fogo... A observação foi interrompida pelo susto de uma estranha ao suspeitar de um assalto, que em minutos seguintes, contava sobre visita à França, e sensação de insegurança ser cada vez mais comum na capital baiana. Eu, escutava...
Despedidas, retorno ao teatro. 
A dose foi de drama, muito forte por sinal... Situação vivida por um garoto na União Soviética na década de 90. Dali, daquela cadeira, sentia como se os holofotes estivessem em mim. Desnudada, conseguia visualizar tudo que fora encenado, vivenciado nas ruas em que passei instantes antes. Vi a União Soviética numa escala Brasil-Nordeste-Bahia-Salvador-Cidade Alta-Pelourinho-Vielas. Quis escrever sobre isso. Quis mais ainda após bate-papo com o ator ao terminar o espetáculo...Marcar em papel as intertextualidades com o que visualizava ali, parecia necessidade. Um dedo de prosa com mais dois doidos, que como eu, foram assistir um espetáculo sozinhos, rs. Um casal, e ouvir suas impressões me inspiraram ainda mais. A ideia permaneceu. Até que cheguei no Comércio, após descer o Lacerda, e esperar o ônibus que me levaria até o bairro onde moro, meu bairro quase-Br, quase-Suburbio. O ônibus para o bairro-quase, levou mais de 40 min, para passar e já passavam das 22h. Nesse ínterim, não teve como passar despercebido quão cheios desciam os ônibus. E os mais lotados, eram os que mais tinham passageiros para entrar. Os que seguiam para o subúrbio, diga-se de passagem. Num dele, um amigo muito querido, sentado na ultima cadeira do ônibus. Não me viu no ponto de ônibus. Estava sob efeito do seu soma: Um Smartphone. E os ônibus passavam cada vez mais sortidos. Em um deles, todos os passageiros sentados na ultima fileira dormiam. Em outro, as pessoas pareciam fundidas de tão próximas umas às outras. Estranhos, desconhecidos. Agora, o próximo mais próximo: um passageiro a mais. Sei lá... As vezes parece que dentro do ônibus coletivo a identidade é perdida... (Pano para manga, Azeite para o acarajé, Pizza para o Senado...). Enfim, isso me surgiu como tema também e as ideias começaram a ebulir. Até que, o coletivo para o "bairro-quase" também chegou. Entrei, me acomodei, em pé, claro. E ali, fui mais uma... 
Em casa, cansada, preocupada com o desejo de ligar não materializado, com a chamada que não houve no celular e com o que podia ter acontecido do ladelá... Que parte escrever? Sobre o que publicar? Nem tico, nem teco. Nem Dodô, nem Osmar. Nem acarajé, nem abará. Nem Tom, nem Vini. Não quis a dose do soma. Não queria olvidar, a ponto de perder as lembranças e fortes impressões. Só tinha um jeito de internalizar: Peguei uma porção de cada pensamento, botei no liquidificador (sim, porque baiano bota). Acrescentei colheres leves de crítica (em excesso poderia tirar-me o sono). Bati. Virei no copo. Engoli.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Peso


Pesam os desejos, as dores e dedos que agora escrevem
Pesam os braços no momento do abraço, pesa a língua, pesa a dor... as metades...
Peso, penso, me penso, te penso
Nos peso...
Que peso

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sim, assim, pois...


“E sim assim procedermos, seremos felizes, depois...”
                                                                 Cartola

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Noite fria



Vem chuva
Vem frio
Vem saudade do chamego
Vem vontade do abrigo
Vem anseio do abraço, do xodó, do mimo...
Então vem!
Vem, logo!

Vem para a dança na chuva
Para embalar o frio
Chamegar de saudade
E fazer de mim abrigo
Vem mesclar a saudade, o xodó, o mimo...

Então... Vem?

Ronco

F
  l
   a
     s
       h que faz barulho
Desperta o sono
Derruba muro


Flash que anuncia
La vem a chuva
Mas não esfria

F
  l
   a
     s
       h  que ronca

Ronca forte

Só não ronca mais que o ronco do homem
Ronca sim.
                   Ronca não.
Rionca sim.
                   Ronca não!

É... ronca não...

Homem não ronca porque dorme
Homem ronca porque não come
E o ronco do flash, seu moço?
E o ronco do flash?

O ronco prenunciou chuva
Chuva que desnuda
Chuva que arrasta
Chuva que desbunda
Que aflige o roncador da minha rua


O roncador não dorme
E o duelo está formado: Ronco Flash X Ronco Fome
                                                     ou   Ronco Medo?
                                                     ou   Ronco Frio?
 Ronco desabrigo...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Nem sei...

Você chega num ponto em que não conta mais com um regresso
Mexe uma peça
Daí a vida lhe mostra que tudo é possível...
E o ponto inicial já não é um inicio quando retomado
Um desgaste,
Outras dores,
Novas tristezas...


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Para hoje: Inveja

Inveja delas...
Hoje um papinho caía bem hein, tio Freud?
Mas tinha que ser de cabeça no colo, roupa leve e cafuné...
Ah... E se me explicasse mesmo algumas coisas como dizem que explicaria, ganharia uma beijoca!
rs

sábado, 6 de abril de 2013

Bolo de noiva



Chega, abraça, cheira, beija, sente...
O bolo de concreto nunca esteve tão macio.
Recebera o que faltava: Os noivos.
Entrelaçados, deitados, cansados, de pé, rindo, deitados, a pensar, discutindo...
Agora o bolo está vazio...
E os noivos? Indo...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

(In)TrAnSiTiVoS


Incomoda-me toda idéia que soe intransitiva.
Sua palavra. Sua conclusão. Sua verdade. Sua visão.
E você, Meu Verbo,
És um dos mais transitivos mortais que já li...
Ora direto, ora indireto.
E eu? Sei lá... Ora complemento, ora leitora. Como quiser...
Quanto ao termo para chamar-me não sei,
Mas qualquer coisa indefinida já me parece de bom tamanho.

domingo, 31 de março de 2013

Alma nua - Vander Lee


Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima

Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
...
Viver menino, morrer poeta

sexta-feira, 29 de março de 2013

Não basta!



Porque há dias que café não basta. Nestes, me regue a um bom vinho.
Por que há dias que o centro não basta. Me leva a um canto, (escuro) se possível.
Porque há dias que uma ligação não basta. Me contempla com sua presença?
Porque há dias que ansiarmos um feriado basta, mas uma "quarta qualquer", nos surpreende.
Poque existem momentos em que um convite cairia muito bem, mas deixaria de ser bastante, quando um rapto seria perfeito.
Porque há dias que tudo me basta, mas em outros sou insaciável. E nestes, quase tudo não basta.

domingo, 24 de março de 2013

...



A vergonha não é de senti-la, mas os motivos que causaram distancia, e tira a ombridade e coragem de olhar nos olhos e dizer: "Como queria te encontrar, e conversar, e explicar, e resolver, e te pedir desculpas. Quiçá selar com um abraço..."
É vergonhoso ter vergonha de uma saudade, mas sinto vergonha até da vergonha de sentir... O que torna isso tudo cada vez mais vergonhoso...

Desdouro


Deixar de expor pelo teu parecer, não cabe.
Tá escrito, já foi pensado, concebido, o texto já foi parido... 
E hoje ela tem novamente os holofotes
Porém, diferente das demais cenas, veste-se de vergonha
E onde já se viu Saudade trajar-se de vergonha?





sexta-feira, 22 de março de 2013

Caixa Preta

Há dias que são assim...
De remexer nos escritos
Revisitar rascunhos
Uns divulgar
Outros deletar
Rir de si...
Há dias que são assim...
E quando escutava meus pensamentos, sentia-me despida.
Despida dos receios, de legendas...
E não há para onde fugir, 
Sinto-me alem de nua, crua.
Crua como a verdade que estamos inseridos.

Incômodo

Tentou detectar o que fazia do seu dia tão estranho e daria para alistar tranquilamente as coisinhas que a incomodavam.
Desta vez não foi a cólica;
Nem o excesso de leituras pendentes;
Não foi os planos adiados;
Nem o feriado sem Sol para praia e sol com os amigos;
Pegou papel, caneta e ficção para escrever sobre o tal incômodo. Foi quando percebeu que o que incomodava não era nada que estivesse ali presente, e rascunhou o diagnóstico final do tal incômodo em poucas palavras: "Minha angústia: Sua falta".

sexta-feira, 8 de março de 2013

Triceria


A dor
O gato
O oficio

A dor me toma
O gato dorme
O ofício espera

A dor aumenta
O gato desperta
O oficio lembra

Olvido



A dor olvida
O gato grita
O oficio indica


Ah, oficio indicador!
Ah, oficio gritador!
Ah oficio! Me tomou...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Selados

Selemos um acordo
Sem sangue nem contrato
Com chave ao vento
Sem destino a cadeado:
Juremos não jurar
Nem pedir promessas
Faço apenas um apelo:
Para abrir com porta de vento
Fechar esse trato
Tendo beijo como selo

sábado, 2 de fevereiro de 2013

30 em 02

Tropeços nos caminhos
Risos apesar de dores
Insistindo no que acredita
Negando que tudo há de ser flores
Transcede em mais uma década:
A terceira conlcui. A quarta começa.



A escolha do título em especial, lembra-me um dialogo com uma figurinha que atende pelo apelido de Chocolate(05 anos). Ao ouvir alguém dizer que a data do dia era 01, tratou logo de corrigi: Oxi! Hoje é 32! Então o título por lembrar dela, e de uma figura rara e teimosa que completa 30, nesse dia 02. 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Avessar-te



Racionalizar a dor: Ironia
Amizade perpetuada: Quase prece
Zelar pelo vivido: Nobre ato
Esquecer: Intenção que padece
Criar, reinventar, reescrever: necessidade.

Te viro ao avesso para ver se entendo suas cicatrizes, sonhos e escolha do novo endereço.
Assim "avessado", seus semi-tons, meio-termos me soam razão.
Se te desavesso, já não vejo direito. Antes, um gauche corte.
E nesse trocadilho de embaralhar-te para te entender enxergo em essência, o rezar. Mas quero mais, e quando subtraio sua capa de zorro descubro em você um "Será?".
Talvez só neuras, ou dentre mil formas, apenas mais uma de te olhar.

(Ser) Nascimento



"Pus ponto no conto para renascer". Minto
Palavras lançadas para encobrir o que não quis expor: dor.
Tão frias, duras, concretas criavam muro. (eu) Cimento...
Muro que tinha estampado sorrisos, mas abrigava o lamento.
Não desisto, adio. E verá quem duvida ou quem crê no que alimento
Que valerá a pena o alento, do que tento, distraidamente atento:
Ser Nascimento.

Salvador, 30 de janeiro






...

“Mesmo no riso o coração talvez sinta dor.” — Provérbios 14:13.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Punhadim de falavra


Faça das palavras farinha: Se grossa, não faça o próximo engolir se você não gostaria de ingeri-la assim. Penere...
Peneirar pode levar tempo, requer paciência, mas nada que um resultado não compense.
É um desafio, mas por mais que me peçam, insistam, implorem pela farinha, insisto em refiná-la. E que depois venha o bom gozo da farofa, do pirão e boa companhia para um dedo de prosa.