terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Bendita terça!

A noite anterior não foi das melhores
O dia anterior não foi dos mais agradáveis
Seus relacionamentos não estavam tão estáveis como gostaria.

Mas ela é teimosa, e naquela terça, acordou com a sensação de que o dia seria gostoso. Que algo novo e bom  aconteceria. Sua irmã-amiga completara um ano a mais de vida, mas ela nem lembrava. E não é que aconteceu? Nada diretamente com ela, mas laços refeitos e sorrisos alheios rechearam a terça que a fez se sentir melhor.

Que será da quarta-feira? Bem sabe Deus, mas a terça valeu por ela.

Bendita, terça!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Me cuidar-te!


Se tem explicação? Deve ter, eu só não sei como fazê-la.
Hoje a vontade não foi de te ver, nem de ouvir sua voz, ou uma história contada por ti.
Hoje a vontade foi de cuidar de você. De ter notícias, saber se está bem. Mas digo bem de verdade, não o bem que você diz a todos, mas o bem que eu sentia desde quando você dizia "Oi".
Ahh... hoje a vontade também foi de te dar um sacode: "Cuidado de quem se priva, do que se priva e como faz isso. Pessoas não são arquivos... Ctrl+C, Ctrl+V, por na Lixeira para restaurar depois não rola. E não falo de mim".
No mais, se eu não poso fazer isso, me faz um favor? Se cuida.
É que quando prometeu que poderia contar contigo sempre, acreditei piamente. Então só peço sua ajuda para isso: Se cuida! Da sua parte e da minha.


... Detesto essa previsibilidade toda.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Sol-de-Por



Itaparica





Passeio Público/Contorno-Salvador











Ribeira-Salvador





Há quem não perceba a diferença entre essas fotos, mas vejo detalhes que marcam mudanças de uma para a outra. Não lembro exatamente quando essa paixão começou, mas amo ver o Por-do-sol. Enfim... Acredito que essa imagens dispensam palavras, só quero compartilhar...



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Pré-por-do-sol-meio-que-arrebol


Parece ter sentido que aquele dia não teria um dos términos mais agradáveis, desde que tivera de retirar-se logo no momento do arrebol, minutos antes do Sol se por, e olhe que esse era um dos mais belos já vistos. Lamentou por ser menos uma foto para sua coleção? Não. Lamentou mais por reconhecer que cada arrebol é único e aquele não contemplaria até seu ápice como gostaria.
Distante dali, em casa, do alto, podia observar que o sol se escondia. Não da maneira que gostaria de ver, mas sumindo entre as construções. Estava sem o mar em sua frente, sem amigos ao redor, sem ver pessoalmente o sorriso em que pensara boa parte do dia e estava ao outro lado do telefone, mas conformara-se, como na maioria das vezes. Afinal, naquele dia não tinha visto o Sol beijar o mar , mas os anteriores foram inesquecíveis, cada um deles, e muitos outros estavam por vir.
Outro dia ensolarado, outro arrebol, outro por-do-sol.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

"Inditexto"



Entregue-se meu amor, o eu-lírico te leva além, mais do que talvez permita-se ou algum dia tenha se imaginado. Ele é um pássaro livre e não merece ter suas asas podadas. Voe com ele, e tenha a coragem de não regressar à lógica quando a realidade tocar no seu ombro e disser que seus rabiscos estão indo longe demais.
Tente, tente, tente, meu bem.
A graça muitas vezes está no desejo de que se encontrem em suas linhas. E quer saber? É isso que desejo, tocar quem quer que seja desde que esse permita-se. Referenciar a alguém muitas vezes limita. O excitante mesmo é o prazer de proporcionar seja alívio ou dor a quem ler, aprecia, se identifica,  que consegue enxergar-se nas entrelinhas. Ele é lindo também por nos permitir esse vai-e-vem de escrever para alguém e alcançar alguns. Escrever para alguns e tocar alguém inesperado. Escrever sem pensar em alguém específico e alguém convencer-se que é para ele ou escrever para alguém que irá ignorar ou acreditar que é para outro alguém.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Lançamento



 Noite de lançamento na livraria. Mais uma. Ela estava presente, ansiosa. Para ele, uma noite qualquer.

Enquanto ela esperava com muita expectativa que o arrebol daquele dia logo chegasse.  Para ele, um dia de trabalho comum em que cairia bem passar numa livraria mais próxima para tomar um café e folhear mais um livro de Direito constitucional (Clemerson Melin Cléve & Luiz Roberto Barroso, talvez). O fato é que, esperassem ou não, estavam ali, no mesmo lugar, sem hora marcada por eles.

 Ele já estava para fechar o último livro que apreciou e seguir para o caixa. Percebeu o lugar mais movimentado que o casual e soube que haveria um lançamento de uma escritora de crônicas. Por que não ficar? Ela, ansiosa, correndo completar a mesa dos participantes do evento (tinha 10 minutos), se esbarra no senhor de olhos esticados, que toma um susto com o tombo inesperado.

- Ai moço, desculpa. Não era minha intenção...

-Nunca é. Mas bem que acho que você tem cara de quem planejou se esbarrar em mim, hein? Tombo doloso?

Ela levantou o olhar, sorrindo como quem sorri quando encontra algo que não achou quando procurava incansavelmente e encontra sem menos esperar:

-Não, acreditoo. China, quanto tempo!

-Pois é, Rosinha. Quanto tempo! Vem cá, me dá um abraço.

-Seu abraço está diferente.

-Ahh, são muitos anos sem nos ver... Mas achei o seu melhor agora... RS!

-Deve ser a saudade. Eu senti, sabia? Todo esse tempo. E como não sou orgulhoso como você, não vejo problema em assumir... E você, sentiu?

-Você e suas provocações... Senti sim. Senti mas passou. Acho que caiu na indiferença, sabe?

-Como assim passou? Sem ter me visto? Saudade só passa quando a gente mata, se isso não aconteceu você pode ter ilusoriamente ter tentado esquecer, mais sei não... Seu abraço não foi de quem não sentiu falta.

-Hum, hum. Sim, Dr. Saudade culposa?

-Culposa, por que?

- kkkkkkkkkkkk.  Lembra das longas discussões que tínhamos com questionamentos infinitos sobre amar, ciúmes, criação, sentir saudade? Hum... Isso daria horas a fio de discussão.

-Hum hum. Daria mesmo. Ou melhor... Pode dar. Mas por que ri?

-Porque a maioria delas começava com um “humhum” meu ou com um “por que?” seu.

-É sim, e muitas vezes invertíamos os papéis. Como se fôssemos uma extensão um do outro...

-E seu filho, como está?

-Está bem. Passou no vestibular esse ano para cursar direito.

-Mas ainda há tempo de mudar...

-E por que mudaria?

-Ah, porque possa ser que descubra que fazer Letras pode ser mais prazeroso.

-Só se você fizesse uma bruxaria, talvez. Falando nisso ele até pelo Bahia ele vibra menos, acredita? ... Nisso você não mudou. Piadas sem graça continuam marcando você... Rs.

-Ta, ta, ta, mas...

-Calma. Não vamos brigar não. Depois de tanto tempo sem nos ver, temos de comemorar. E tem que ser agora! Hoje tem um lançamento aqui na livraria. Algum louco que deve ter feito letras também. Vem, senta comigo, me acompanha no café?

- Rs... É, sim. Mas agora não dá. O lançamento é da louca aqui, rs!

-Sério? Livro com textos como aqueles lá do blog que você escrevia?

-Esse é de crônicas, apenas. Os textos do blog não sei se publicaria. Mas já estou atrasada. Preciso compor a mesa, tenho pouquíssimos minutos. Me espera? Daí você nos acompanha no café?

- Nós = Você e os outros escritores?

- Ah, não. Nós = eu e o Marcelo.

-Um sócio?

-Não. O marido.

-Seu marido?

-“Meu”? Não. Acho que ele não é “meu”... Sem posses, lembra? Acho que aprendi com isso. Mas estamos casados, sim. Por que? Não poderia casar-me? Por que?

-Calma. Não, não é isso. Rs... só é novidade. Foi muito tempo sem nos ver e por um momento ainda acreditei que...

Um toque no ombro e uma voz masculina firme interrompe  o esclarecimento:

-Licença. Tudo bem amigão? – e virando-se para ela, cumprimenta com beijo doce social: Amor, só estão esperando por você. Faltam exatamente 2 minutos para começar. Vamos?

-Vamos, sim.- voltando-se ao velho amigo-: - China, nos espera?

-Não sei, Rosinha. Estava pensando em...

-Pretinho, por favooooor...

Ele pensa: “Poxa ela continua pedindo da mesma forma, mas que ela tá pensando? Não fico, não. E se o tal Marcelo não interagir na conversa? Se o cara for ciumento? Se maldar nossa amizade de há tanto tempo? E por que ela...” Quando teve sua concentração mais uma vez interrompida. Agora por um por um abraço, tipo de criança quando faz “oh oh oh”, seguido de um pedido quase apelo:

-Fica?

-Tá, ta, tá bom, Rosinha. Eu fico! Só um café, né? Eu fico...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Devasia, mareneio...


Maresia bouaaa...
Me sinto lenta, leve, boba

Inebriada de Chiquinho pedindo mil perdões
De Caê suplicando que deixe o ciúme passar
De Vinis perguntando por onde ando


Ahhh... Queria agora ser teletransportada pr'o Passeio Público com uns bons amigos e com Chico, Vinis e Caetano...
Aliás, não, não. O Caetano não me cairia muito bem, não sinto-me tão próxima, não ficaria tão a vontade, talvez. Levaria talvez algum rapaz de bem em seu lugar, aí siiiiiim. Nem faria questão de conversar, mas amaria ouvir a conversa dos três, e rir...


Eu, Chico, Vinis, o moço de bem, uma dose de qualquer coisa que me fizesse relaxar, o Passeio Público, a Contorno e o Sol se pondo... Todos rindo. Do carro que passa, da onda do mar, da brisa, do meu devaneio e mais ainda ria a Contorno de todos nós, olhando lá de baixo e se perguntando o que fazíamos ali...


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sem posses!



"Seu pai não é seu, sua mãe não é sua, seus amigos não são seus, seu namorado não é seu. Ninguém é de ninguém". VC

É um ponto de vista bem plausível. Não nego que a idéia de pertencer a alguém me incomoda. Mas algumas últimas facetas me fazem repensar sobre isso, e até vejo graça.
Quantas vezes já se sentiu tão vislumbrado e atraído por "algo" em alguém de maneira tão especial que desejou para si? Quantas vezes esse "algo" te impeliu a entregar-se, contar seus segredos, perder seus receios? Aí, nesse momento de "espinha mole" que de certa forma passamos a pertencer ao outro. Não é preciso papel passado e timbrado para ser de alguém. Não, isso não adiantaria em nada. Mas o amar, o apaixonar, a mutualidade de sentimentos, o fascínio, o gozar de um bom relacionamento timbra em cada alma não a posse, mas a doação. Acredito que se chega ao ponto, por exemplo, de amantes se enxergarem como uma continuação um do outro, e visualizarem seus planos futuros um com o outro, e não querer ser de mais ninguém a não ser um do outro. Isso é abrir a porta de si, é doar-se, é dar-se. Logo, a pessoa deixa de pertencer a si, mas passa a ser de quem se entrega, uma vez que suas ações diretamente ou não(perceba ele ou não) serão influenciadas pelo outro. 
O fato é que, na maioria das vezes não sabemos lidar com o que é nosso. Estupidamente, pensamos poder controlar tudo que nos pertence. Ilusão das mais falhas... A falha não está nem em doar-se, mas em não saber receber. Como diria Maria Rita(na música Trajetória), "recebe menos quem mais tem pra dar". Não me envergonho de doar-me, nem um pouco. Mas sinto pelas vezes que não sei receber o que me é dado...
É por dispirocar em devaneios como esse que já não sei dizer se não pertencemos a ninguém ou se pertencemos um ao outro e o egoísmo nos faz querer privatizar-nos.
Uma filosofia barata? Talvez. Ou apenas outro ponto de vista...