domingo, 7 de agosto de 2016

Viva!

Diferente,
Por vezes, irreverente
Na maioria dos dias, disposta
Fã da calmaria e do agito
Quente, torta
Que importa?
Gente fria, é gente morta.
Eu quero é ferver.

sábado, 6 de agosto de 2016

Make nossa (de cada dia?) Para todas!

Hoje vi um vídeo interessantíssimo postado pela querida Rejane Santos, sobre uma moça que fez postagens de suas fotos sem maquiagem em redes sociais e recebeu comentários HORRÍVEIS, NOJENTOS, sem escrúpulos acerca de usa aparência. "Você é nojenta", "Não consigo nem olhar", e coisas dessa espécie que não compensa reproduzir, tamanha negatividade. Isso me fez lembrar dum ocorrido, ano passado, em sala de aula, que resolvi compartilhar com vocês.

Era uma manhã de algum dia da semana, quando comecei a aula em uma das turmas do sétimo ano. Um aluno me parou: 
-Pró, você está bem? 
-Sim, ótima. E você? 
-Também! Você tá diferente, com cara de doente. Nem um batom. Te acho muito bonita, mas gosto de você maquiada. 
-De mim, ou da minha aparência? Você consegue gostar mais de alguém quando ela é aparentemente mais bonita para você? A essência, como ela é por dentro, muda?

[Silêncio...]

-Querido, eu respeito seu ponto de vista, obrigada pela sua opinião, mas eu estou bem. Muito obrigada.

Gente! Naquele momento viajei, a voz dele ecoou como várias vozes porque sei que é o reflexo de uma sociedade do artificial que tem estereótipos mil acerca de como se deva ser, do que é belo, de como se  é  deve ser. Não me chateei com ele, nem vi motivo para isso, mas caí numa reflexão sobre essa questão da estética. O cabelo eu já usava naturalmente a algum tempo, e a maquiagem, sem perceber, estava usando todos os dias. Sim, os cinco dias da semana eu estava na Escola às 7h10m, (às vezes antes, às vezes depois) maquiada. Como eu esperava, então, que os outros me vissem? Resolvi então que passaria uma semana sem usar maquiagem. 

A decisão de não usar maquiagem foi uma resolução sem dor. Porém, como era uma mudança de costume, claro que houve o estranhamento. Aliás um dos meus maiores foi o quão cedo chegava ao trabalho... hahaha! Obviamente, outros perceberam, muitos alunos comentaram sim, porque nossa via de comunicação costuma ser respeitosa e aberta. E os retornos foram muitos engraçados! 
-Fessora cê tá diferente, mas continua bonita!
 -Crendeuspade, pró. Depois que o menino falou aquilo você não vai usar mais nada não, é? Tá muito revoltada. 
-Jaque, você tem um batom matte que se você for jogar fora, eu quero viu? 

Outros comentários foram fortes: 


-A senhora poderia ficar sem maquiagem para sempre, sabia? É linda de qualquer jeito.

-Poxa pró, eu nem falei para te magoar, mas isso te ajudou a pensar, né? (Preciso falar que choquei e gargalhei com essa? Haha! Foi demais!)
-Sabe a professora Fulana, eu acho que ela não consegue fazer isso, não. Você já falou sobre isso com ela?
-As meninas aqui da sala não conseguiriam fazer isso. Algumas chegam a ficar triste se não estiverem pintadas.
-Fessora, se essa moda pega, ia ter um monte de dragão aqui na Escola, de manhã cedo!

Eu não me sentia escrava da vaidade, nem me sinto hoje. Mas usar maquiagem passou a fazer parte da minha rotina e esse despertar foi algo que gostei de sentir. O desafio não foi para eles, mas para mim. O teste não foi de percepção ou uma pesquisa de opinião, mas de até que ponto eu tinha colocado um artifício como relevante para mim, e como foi bom meditar sobre! Joguei fora a maquiagem? Não. Mas hoje elá me é muito mais opcional. às vezes saio sem, se der vontade, ponho, e na maioria das vezes não paro para fazer isso. Percebi melhor minha pele, e fiz uns ajustes na alimentação voltados para a a saúde da minha pele, meu bem-estar e afins...  
Acho divertido hoje, um complemento, e uso no sentido de realçar uma coisa ou outra, nada de fazer uma transformação. Não preciso disso. E cá entre nós, quem precisa? 
Para fechar, fico com o pensamento final do aluno mencionado no início disso tudo:

-Na verdade, você continua sendo você. E eu te acho mais linda ainda, quando você está do jeito que você quer!

Isso serve para mim, isso serve para você, isso serve para qualquer uma todas as pessoas. Porque nenhuma mulher é qualquer. Porque ninguém, é qualquer.