sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O que, o que é?

-Tia, o que quebra com um ovo, mas não quebra com uma pedra?
-Ai meu Deus! Essa eu não sei...
-Prest'enção! Quebra com um ovo, mas não quebra com uma pedra. Que é?
-Quem te ensinou?
-Minha irmã. Que é tia?
-Não sei.
-Jejum.
-Hahaha! E o que é jejum?
-É jejum!
-Sim, e o que significa? O que é isso?
-É aquilo que quebra com o ovo.
-Tá me enrolando, né?
-Aahh, não sei...
-É quando a pessoa fica muito tempo sem comer.
-E jejun é grande ou pequeno?
-Depende de quanto tempo a pessoa fica sem comer.
-Hum... Então jejum é perigoso. A pessoa fica com fome, fica velhinho e pode até morrer.
-É perigoso, sim.
-Eu tenho medo de minha vó pegar jejum.
-Por que?
-Porque tenho medo de ele ficar velhinha, né? Não quero que ela morra.
-E se ela morrer?
-Eu vou sentir muita falta, vai dar saudade, e eu vou chorar.
-Mas ela não pode ressuscitar? Viver de novo?
-Ressuscitar? Como pode isso se os bichinhos vai comer ela, e ela vai fazer parte do animal?
-Ahh, morzinho... Eu não sei ressuscitar. Deus é quem sabe!
-Mas como ele sabe?
-Só sei que ele sabe. ele quem criou tudo, que deu vida, e sabe como fazer a pessoa viver de novo.
-Hum... Mas não faça jejum não, viu?
-Viu!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Leite derramado

"Se você soubesse como gosto de suas cheganças, você chegaria correndo todo dia"
Chico Buarque

sábado, 25 de agosto de 2012

Razão & Proporção

Sim vidinha, mais um exercício proposto:

Comida está para fome
Água está para sede
Como saudade está para mim

Conclusão: Saudade só serve se saciada.

Entendida a proporção, qual a razão, até então ignorada?

A saudade em si, é a própria razão. Por ser a relação estre duas grandezas do mesmo tipo*: A relação entre eu e você.




A Vida em si, já em cheia das Proporções, tenham elas Razão ou não. E ai surge a questão: A Matemática imita a Vida, ou a Vida imita a Matemática?

Inspira não



Escrevo, escrevo, escrevo.
Releio, desgosto, apago.
Palavras boicotam a escrita. Fogem.
Re-escrevo. Pensamentos desordenados se atropelam.
Insisto, canso, "me reto"!
Maldição? 
Não. O mal é a falta de inspiração.
Adio...

Inspiração




-Não sei que nome posso dar a isso: Você só vem quando quer. Quando não quer permanecer, não há artifício que te faça ficar. Aí quando desisto; enfim, te ignoro,  você sutilmente aparece. Surge assim, sem demais explicações, como se nada tivesse acontecido, se acomoda, e sua presença me faz perceber o quanto sua ausência é angustiante. Pior: Não resisto.
-Se essa é a descrição que tem para mim, acredito que descobri um nome.

-Qual?
-Inspiração (rs). E chego sem avisar porque não preciso mais de convites para me fazer presente em sua vida; não fico por artifícios porque o que não é espontâneo não te serve e mais importante que estar aqui sempre que você quiser, é comparecer quando você precisar. Seja para te salvar de enchentes num sonho, pintar um raio de Sol para colorir sua tela, ou apenas saber se está bem quando sinto que precisa de cuidado... Se não tiver a quem inspirar, a inspiração não teria sentido. 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ausência em dispensa

Sim, D. Ausência, cale-se! Não tô te pedindo conselho, nem te fazendo perguntas. Você faz silêncio, mas é ao mesmo tempo tão gritante que irrita. Bem que mainha sempre diz: "Toda ausência é atrevida". E deixa eu te contar: Tô cansada dos seus gritos. Se a rua me chama, vou sair. Sentir o barulho, ouvir os tons, e cheirar idéias novas. Dá licença, viu? Vou conferir as presenças escondidas em postes por aí... E não me siga. Não te convidei.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Entre rimas



Hoje, acredito que o choro faça parte, que muitas vezes será alívio de um pesar. E mais: alívio ainda maior em épocas vindouras. A cada lágrima derramada, sorrisos dobrados em momentos seguintes.
Um beijo, para os "sorrisos dobrados" e dois para a "lágrima caída", três para quem aprende com os dois. Quatro para aqueles quer entre risos e lágrimas, subtraem o que for bom, e do improvável faz rima.


"Respeito muito minha lágrimas, mas ainda mais risadas"
                                                                             Caetano Veloso

domingo, 19 de agosto de 2012

No Buzu II

Levante o dedo quem faz uso diário de transporte público e não queira ter um carro. Cansei de perder o horário por conta de atraso, engarrafamento, acidentes e afins. Porém, tem situações que só acontecem no coletivo e destas já estou montando uma coleção. Em textos anteriores, já registrei alguns encontros, conversas bacanas, e coisas do tipo que ocorreram nessa idas e vindas.

No trajeto que percorro diariamente no microonibus, passo em frente a uma penitenciária. Defronte a penitenciária, há um ponto de ônibus, onde o coletivo parou. Ao olhar para à esquerda vi uma criança que aparentava  ter por volta de 10 anos, saindo do prédio acompanhada de uma senhora. A mais velha estava ao telefone, com fisionomia de quem está ansioso ou tenso por algo, quando começou a chorar. Fiquei curiosa. Aquela moça transmitia uma angústia que só. Enquanto ainda estava com o telefona seguro ao ouvindo um moço a tocou por trás. E a reação dela foi a cena mais marcante do dia. Ela virou e o deu um abraço no rapaz, mas a forma como ela se lançou aos braços dele, fazia daquilo tudo tudo tão único. Por que aquele moço estava lá dentro e quanto tempo levou são fatores desconhecidos, mas seja lá qual tenha sido a causa, aquele gesto marcou fortemente o rencontro. A moça a segurava como quem tinha medo de perder, sabe?
Começou a chover, e eles não se importavam. As gotas da chuva escorriam pelo seu rosto com as lágrimas, e eles quase fundiam-se. Abraço de saudade... um dos mais gostosos! E aquele momento me fez refletir em alguns episódios.

Se estivesse de carro, certamente nem notaria se tinha alguém na frente da penitenciária. ainda que engarrafasse, certamente estaria de janelas fechadas, curtindo um som, e me queixando do tempo que não passava. 

sábado, 18 de agosto de 2012

Sonho de Vó


Tenho uma "Vó" dessas que parece tia. Ainda aos 68 anos, se tem coisas neste mundo que a cansa, muitas outras a encanta, e muitas outras mais ela quer aprender, inclusive dirigir e pilotar. Um de seus sonhos era ser dirigir caminhão BR's adentro e até hoje se queixa de não ter conseguido. Engraçado como ela às vezes joga a bola pra mim, perguntando se eu não quero ser caminhoneira. Acho graça.
Isso dela ainda se queixar, me parece uma ponta de esperança. Quando se desiste de algo, não é comum fazer resmungos sobre aquilo, sabe? Fico observando as queixas dela e rimos juntas muitas vezes. Ela indaga: Você acha graça, né? Sem imaginar que a graça toda é que imagino que se oportunidade houver, ela ainda sai numa boléia deixando todo mundo com a "cara na poeira". Isso dela me perguntar de vez em quando, talvez seja uma tentativa, de que ainda que não seja ela no volante, ela vá de carona com a neta. Nunca fez pedido como esse, mas é o que dá na telha. E pela teimosia que é comum a nós duas, não duvido nem um pouco disso ocorrer um dia. Não como caminhoneira, mas como alguém que quer contemplar mais um sorriso daquele rosto atrevido!
Quando ela toca no assunto, me vem à mente quanto desistir dá trabalho! Acho que sei de onde herdei isso... Temos nossas divergências, claro. Mas ela continua sendo um sonho de Vó.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Elas



Marina tranca a faculdade e muda de cidade por amor e planos. Diz que o importante é ser feliz, ao lado de quem ama.

Julieta, após passar por uma e outra decepção, encontrar alguém que não parecia ser o homem dos seus sonhos, mas gostava o bastante para estar com ele no momento.

Cléia nas nuvens, por namor o melhor amigo, e perceber que ele a faz cada dia mais feliz.

Laura retoma o namoro com o ex-namorado. Embora no momento, a paixão que sinta não é por ele, mas gosta o suficiente para tentar.

Jamile? Louca! Amante de um dos caras mais loucos que conhece. Sente-se cada vez mais amando e amada, e se arrisca em projetos longos, na certeza do bom êxito dele. 


O que as quatro primeira têm em comum é conhecer a última. E esta conversava com as demais sobre seus anseios, planos, altos e baixos com seu amante, mas sentia que algo não estava no viés que deveria. Como uma onda no mar, ou melhor, um tsunami, cerca de 02 semanas todas elas tinham algo em comum:


Marina, retornou à sua cidade natal. Afirma que felicidade não tem endereço. Por mágoas do amor, abriu mãos dos planos. Voltou.

Julieta não estava se sentindo bem, se sentia cobrada demais, muito cercada pelo amadinho e simplesmente resolveu que queria respirar. Inspirou.

Cléia percebe que o até então, homem dos seus sonhos, só a vê como amiga. Havia ficado diferente por isso, mas quer muito o bem dela. Porém, como namorada, já não dá. Quer continuar uma amizade.

Laura termina com o cara que é apaixonadíssimo por ela, por saber que não corresponde as expectativas dele, que se doa demais, enquanto ela nem falta dele sente. Talvez porque ele não deixe.

Jamile percebeu que nada é certeza. Quis por uma vírgula para seguir de maneira tranquila, sem exigências, mais realidade que expectativa, e seu barco naufragou... Jogou a âncora no momento certo?


O tsunami passou... 

Marina, diz que apesar dos últimos tumultos, o amor é forte o suficiente para fazê-la tentar mais uma vez, apesar dos riscos. Arruma as malas novamente, e resolve alçar voo. Dessa vez consciente de que se o amor não der certo, os planos "extra-amorísticos" prosseguem.

Julieta de bem com a vida, linda, jovem, voltada para outras atividades e de coração aberto para conhecer novas pessoas. Inspirando cada vez mais.

Cléia não toca mais no assunto. No fundo, magoada. Tenta ignorar a dor, mas não consegue seguir. Quem a conhece, sabe o quanto ela ainda ama o tal amigo. E que talvez ela tenha exagerado na doação de si, e no romantismo em que contava algumas anedotas.

Laura, confusa. Em em meio a tensões nos estudos, crises com alguns amigos e felizes pela conquista de outros, percebe que o ex-ex faz falta, mas não o bastante para voltar. Na verdade, sente falta de uma figura masculina em sua vida, não necessariamente dele. Quer um novo amor!

Jamile, agora concentra-se melhor em sua vida acadêmica, tem criado menos expectativas nas pessoas, e segue acreditando que tudo é possível, inclusive um novo amor, embora agora não procure um novo amante. Segue acreditando que as pessoas não são substituíveis.


Elas seguem suas vidas, cada uma ajeitando como pode. Analisando o que se pode aproveitar dos destroços e do que se livrar por completo.




Enquanto for hoje

Levantar, pra quê?
Prefiro afundada em lençóis recorrer os sonhos
E pior que nem eles têm me visitado
Pesadelos que sejam, mas que seja aqui, parada
Os sonhos se ausentaram e deixam que em pé ou deitada os fatos me façam companhia
Não, realidade!
Vá embora, não quero registrá-la! Não sou jornalista!
Você é cruel, desmedida, dominadora, prescritiva!
Mas ensina
Em dias assim levantar já não faz diferença
Vejo uma parede branca,
E nela começa a surgir desenhos
Em formas várias, coloridos
Tamanhos diversos
Vejo um quadro colorido
Mas volto a deitar-me
Fecho os olhos e tudo se fez vermelho
Os problemas continuam lá fora
Aqui não é lugar de resolvê-los
É lugar de ingnorá-los
Por isso permaneço deitada.
Amanhã? Posso levantar, sim.
Mas enquanto for hoje, aqui permaneço.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

...


E nem adianta tentar fugir...
Você pode negar, disfarçar, tentar ocupar a mente com outros assuntos, ficar com outros, falar palavras irrefletidas num momento de raiva. Mas quando você pára a cabeça no travesseiro, e seu coração se calma, aquela pessoa que um dia fez parte dos seus sonhos e você jurou nunca mais sentir saudade, virá à sua mente.Tem uma hora que a mente a mente cansa de fazer esforço, e o coração se aproveita para mostrar que você é mais frágil do que assume ser. Porém, de tanto tentar fugir, se afastar, e procurar sucedâneos para esse tal sentir, um dia não precisará fazer esforço nenhum, ainda que a mente não esteja cansada, porque o coração também cansa. E por mais teimoso que seja, pode ser que uma dia  ele canser e tudo que outrora fosse sonho, não passe de lembranças.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Tá fazendo o que?



-"Tá fazendo o que?"


Ele volta meia ele lançava essa pergunta quando estavam teclando. Ela respondia na maioria das vezes com alguma piadinha chamando de fiscal, radar ou algo do tipo. Ele insistia em perguntar, e ela insistia em devolver com outras perguntas. Ele foi diminuindo a frequência com que fazia a tal pergunta. E ela cada vez mais falava sobre seu cotidiano, chateações em casa, conversas com desconhecidos no ônibus, anedotas da sobrinha, rendimentos nos estudos... Na verdade, há muito tempo a pergunta não incomodava mais. Ela percebia que era apenas uma forma de cuidar, saber dos interesses dela, como ela distribuía seu tempo... E ela só queria isso, que fosse natural, que não se julgasse necessário muitos por quês porque as palavras ainda não ditas caíam como luvas nas perguntas ainda não feitas.

Depois ele parou de perguntar. Ela até hoje não sabe se ele parou pela conclusão de incomodá-la, ou se não via mais necessidade. Mas ele parou, e ela também não perguntou nada sobre. Deixou para lá. E se hoje não perguntou, hoje não mais perguntaria mesmo.

Outros tempos, outras perguntas, "outras palavras" como diria Caetano Veloso.

Mas as vezes ela ri quando lembra dessas coisas que faziam deles mais eles... dois bestas!


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Argh!

-É sério. E só foi assim com você, só conto tudo a você. E para você não consigo mentir.
-Humhum...
-E nunca foi assim com mais ninguém.
-Sei como é.
-Você é tão compreensiva.
-Rs... Eu tento




-Lembra de conversas como essas?

-Claro que lembro.

-E você muitas vezes me olhava desconfiada, mas eu continuava a falar, por saber que podia confiar em você. E sei que você acreditava em mim. Mas por que respostas tão curtas?

-Não queria interferir em suas anedotas. Às vezes ficava a pensar se seria da sua parte "um barro para ver se colava" ou a plena sinceridade. Mas independente do que fosse, naquele momento você sentia-se tão persuasivo e tudo que precisava era a sensação de ter convencido. E eu fiz minha parte: Lhe propiciei a sensação de que estava sendo convincente.

-Mas por que não fazia perguntas? Que hipocrisia!

-Porque no momento, as respostas não pesariam muito. Prefiro as que vêm com o tempo. Assim como estas poucas que temos agora. Para que insistir, grudar, perguntar de forma são impulsivas e querer resposta que dê uma sensação de segurança imediata? Arte de menina!rs... E menina até sou, mas treino a paciência como dever de casa, ou ao menos tento.

Vem sentar-te comigo, Lídia - Ricardo Reis


Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o o bolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.



OBS.: Muitos já leram este poema como sendo de Fernando Pessoa. Vale ressaltar que Pessoa possuía heterônimos(eu-lírico com biografia, história, formação, com personalidades distintas, e em suas obras, assinavam como estes. Ricardo Reis, é um dos heterônimos do Nando. Logo, é muito comum encontrar textos dele, bem como os de Alberto Caeiro ou Álvaro de Campos, assinados com autoria de Fernando Pessoa.
É válido ressaltar também que o poeta português possui obra Ortônima ( Fernando, Ele mesmo), e escreve livremente, sem se prender aos padrões ou pensamentos dos hortônimos. Porém, é um tanto inevitável não ter pontos de contatos, pois a mão que escreve é a mesma.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Cacholates


-Minha tia, eu não gosto de pentear meu cabelo! O creme coça, tira meus cachos, a "xuxa" aperta...
-Mas tem que pentear.
-Minha tia, Jesus penteava o cabelo?
-Claro que penteava, você acha que Jesus pregava bagunçado?
-Acho que não... Mas ele te disse?
-Menina, venha logo prender esse cabelo, que você tem aula agora e já está atrasada.
-Tia, quem inventou o pente, e o creme, e  "xuxa"? Não sei pra quê! Que merda!

Ela conseguiu. Nesse dia foi de "black" pra escola, se sen-tin-do, super bem-humorada, e cá entre nós: Estava linda! Desse dia para cá, volta e meia pede a tia:
-Solta meu cabelo de novo?

A mãe pira para desembaraçar depois, mas se é pela felicidade e bem-estar dela, ela tem muito o que pirar! Via à Chocolate (05 anos) e seus cachinhos!

Tomara!


E faz mal querer sair nua meu Deus?
Tenho pensado muito, numa sociedade que até então idealizei(como outros loucos), onde todos saíam nus. Minha mãe e vó amariam, tenho certeza! 

Essa noite sonhei que estava com Simone, colega da faculdade, em Santo Antônio de Jesus (interior da Bahia), que não conheço ainda, e lá tinha praias como em Itaparica (ilha próxima a Salvador). Sei lá por que cargas d'´água meu biquine caía e eu andava na maior naturalidade, até conseguir ajeitar a parte de baixo. Minha colega ficou meio envergonhada, mas encarou não parecia estranhar muito, não. Ajeitei o biquini e fui para casa tranquilíssima, mas incomodada porque deveria ser natural não ter maldade em relação ao corpo do outro, e eu tive que parar para ajeitar porque as pessoas achariam louca aquela cena. No sonho, eu também sonhava em andar nua por aí, rs. Era pra ter aproveitado, pelo menos no mundo das idéias e ter corrido pelada por aí. Tomara que eu sonhe novamente...

Só de pensar...

Ela ri só de pensar que em outros tempos (não muito distantes) já teria no mínimo enviado um e-mail, declarando saudade, se desculpando pelos danos, ainda que não quisesse vê-lo. Certamente tendo como resposta: "Eu sabia que você escreveria". Mas o engraçado mesmo, é que dessa vez ela lembrou, mas não teve vontade de escrever. Achou estranho, mas também não lutou contra isso. Quando lhes perguntam por ele, fala de algumas qualidades, nada muito exagerado. Não acha justo, por desacertos, fazer comentários depreciativos a respeito dele. Afinal, de pessoas assim, se guarda o que é bom e o resto, é resto.
Ri. Só de pensar nele, ri. Lamenta por imaginar que ao lembrar dela, ele não ria da mesma forma. Mas que fazer agora? Rir é o que ela pode fazer, e isso ela tem feito muito. E quanto mais saudade sente, mas ri. E assim tem passado os dias. Muitos não entendem seu riso, mas  cada dia ela o tem exposto seu sorriso cada vez mais.
Ela está em Paz. Muita paz, e se pudesse transferia essa Paz para ele, e sente muito por ele se afastar do que poderia fazê-lo em Paz também... E ela não fala de momentos tranquilos, fala de Paz.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Adolescer...



Maturidade? Muito relativa. E volta e meia percebo pessoas de 20 com atitudes e mimos de 2, quando, em contrapartida, pessoas mais novas com maneiras de ver muito além do que se espera da maioria. Não vejo como se estes fossem vanguardistas, a maioria é que se permite um retardamento e de quebra, quer que os demais aceitem como fase. Quem nasce grande é camelo. Se demoramos a crescer, que ao menos aprendamos com isso (chega s ser clichê de tão lógico!) Muitos em sua adolescência já assumiam grandes responsabilidades (o que deveria ser mais comum), e tinham uma vida além internet e shows. Porém, por ser incomum dentre a maioria dos mancebos de hoje, uma notinha é válida para os conscientes e responsáveis pelos seus atos desde cedo.


Ao perguntar a uma figura, sobre certo “problema” que ela identificou como tal, decidiu mudar e se sentiu à vontade para conversar uns meses atrás, hoje, teceu o seguinte comentário: 

-“Não gosto quando dizem: “Isso é coisa de adolescente”. Parece até que hoje sou uma pessoa, e amanhã serei outra, e não é assim. Nada de “É uma fase, vai passar... Não gosto mesmo!”. Se sei que não está certo hoje, paro hoje, ou pelo menos tento, né? Se mudança vem com o tempo, começo a mudar hoje, quando a fase passar, já tô no ponto (risos). Não sou maluca, e sei muito bem enxergar o que é para ser e o que não é, né não? Nada de jogar a culpa na adolescência. Isso é idiotice!” 

Eduarda Radmila, 14 anos. 


Após o texto pronto:
-Duda, posso colocar seu nome na internet? 
-Pode, dependendo do que seja. 
-Com algo que você falou? 
-Deixa eu ver... Ai meu Deus! Ela escreveu... (Rs). Ainda bem que foi isso.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Como elas...


Ai, que bom estar com elas!
O imprevisto resultou num reencontro tão gostoso. Laurinha talvez fosse um sinal de que a terça seria recheada daquelas "tchuptchuras".
Afagos, beijinhos, conversas.
Fiquei ali, ou melhor, eu com certeza não estava com os pés ali. Quanta habilidade em negociar, chantagear, convencer, perceber...
A cada dia mais fascinada por crianças, seus gestos e modo de lidar com as coisas...
Quando crescer, quero ser como elas.