domingo, 19 de agosto de 2012

No Buzu II

Levante o dedo quem faz uso diário de transporte público e não queira ter um carro. Cansei de perder o horário por conta de atraso, engarrafamento, acidentes e afins. Porém, tem situações que só acontecem no coletivo e destas já estou montando uma coleção. Em textos anteriores, já registrei alguns encontros, conversas bacanas, e coisas do tipo que ocorreram nessa idas e vindas.

No trajeto que percorro diariamente no microonibus, passo em frente a uma penitenciária. Defronte a penitenciária, há um ponto de ônibus, onde o coletivo parou. Ao olhar para à esquerda vi uma criança que aparentava  ter por volta de 10 anos, saindo do prédio acompanhada de uma senhora. A mais velha estava ao telefone, com fisionomia de quem está ansioso ou tenso por algo, quando começou a chorar. Fiquei curiosa. Aquela moça transmitia uma angústia que só. Enquanto ainda estava com o telefona seguro ao ouvindo um moço a tocou por trás. E a reação dela foi a cena mais marcante do dia. Ela virou e o deu um abraço no rapaz, mas a forma como ela se lançou aos braços dele, fazia daquilo tudo tudo tão único. Por que aquele moço estava lá dentro e quanto tempo levou são fatores desconhecidos, mas seja lá qual tenha sido a causa, aquele gesto marcou fortemente o rencontro. A moça a segurava como quem tinha medo de perder, sabe?
Começou a chover, e eles não se importavam. As gotas da chuva escorriam pelo seu rosto com as lágrimas, e eles quase fundiam-se. Abraço de saudade... um dos mais gostosos! E aquele momento me fez refletir em alguns episódios.

Se estivesse de carro, certamente nem notaria se tinha alguém na frente da penitenciária. ainda que engarrafasse, certamente estaria de janelas fechadas, curtindo um som, e me queixando do tempo que não passava. 

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