terça-feira, 3 de outubro de 2023

Só deixo...

Volto por esse caminho e acho graça das pegadas em direção contrárias às que deixo agora.

Só deixo me dizer o que quer porque através de tais percebo o que não dizes.


Era 2021. Agora, em 2023 a cena toma forma.

É assustador!

sábado, 2 de outubro de 2021

Selados

 Selemos um acordo

Sem sangue nem contrato

Com chave ao vento
Sem destino a cadeado
Te juro não jurar
Nem te pedir promessas
Mas faço apenas um apelo:
Para abrir com porta de vento 
Fechar esse trato
Tendo beijo como selo

Diálogo.

-Isso mesmo, Coração! Você anda muito desacreditado. Que custava me deixar entrar? Quero apenas uma estadia... Coisa breve, vaaai.
-Sinto muito, Promessa. Você bem sabe que não foi sempre assim. ão fez por merecer permanência.
-Mas não podia me dar mais uma chance?
-Não consigo. Quando te dei chance, trouxe contigo a Expectativa, os Sonhos, os Planos e até hoje tem resquícios deles por aqui. 
-Ahhh... Deixa de ser ingrato, Coração! Antes deles sua vida era monotonia... Eles te legaram as melhores lembranças. Não esqueça...
-Lembranças que hoje machucam. E como são teimosos! Já os disse que não os quero por aqui, mas riscaram as paredes, tetos, derramaram perfumes... É como se tatuassem seus dna's em meus espaços. Mas aos pucos eles irão, sei que irão...
-Não desistirei.
-Aí já é uma questão sua. No que depender de mim, ficará aí na porta, D. Promessa. Não tenho espaço para você. E não sinto muito, viu? Nem sinto informá-la. Tenho medo de você!

Crescência.














E quem nunca tentou um dia voltar no tempo, né?
Hoje ele já tem quase 12 anos, quase do meu tamanho, quase sabendo o que quer. E eu? Mais um pai que embora perceba a crescencia do filho, lembra muito saudosista da época que podia protegê-lo nos braços.
Era madrugada, eu estava no PC a teclar, olhar sites de agencias de viagens e afins. Quando olhei por lado, o percebi dormindo. Fiquei saudoso da época que o colocava na cama. Que fiz? Caí na besteira de tentar carregar... Uau!
Desci as escadas para colocá-lo em seu quarto, morrendo. Deixei ele na cama, tranquilo. Contemplava seu semblante, quando arregalou o olho! Pensei: Poxa! O acordei...

Aí ele faz: Que bom que você me carregou, só que peso cinquenta quilos. Virou para o lado e voltou a dormir. Pense... Tirou onda com a minha cara o moleque... Que cachorro! Me pegou... 
(Mas que era gostoso colocar ele na cama era...)

Pensarei duas vezes quando a saudade de épocas assim me pegar...
Pensarei numa forma inovadora de saná-la... Uma maneira que minha coluna e corpo todo agradeça. Porque agora, toda vez que lembrar do tal tempo de carregá-lo, lembrarei do moleque rindo da minha cara, e minha coluna também. Quer saber?
Mais uma para contar. Ou melhor, mais uma para contarmos.

Ponto de parada.

Há dias que são inusitados, nos quais se decide o lugar de destino depois de entrar no ônibus, porque carro que é bom, nada! A demora no ponto parecia infinita, mas um papo-desabafo deu uma quebrada de gelo. Primeiro ônibus. Desce na BR. Segundo ponto, primeiro ônibus oportuno. 
Onde parar? Shopping, não. Lojas, não. No meio da ladeira da Lapa, não. Carlos Gomes? hum... Também não!
Fome! Isso... fome. Torta... muito doce não e legal. Ah! Torta integral?! Espaço Itaú.

Descobrir-se assim.

Não que quisesse ser assim, mas por descobrir-se assim...
Por amar sorrisos,
Por ser fissurada por borboletas,

Por não amar cor-de-rosa,
POr lembrar das pessoas pelo seu olhar,
Por emocionar-se ouvindo música,
Par amar as letras "P" e "M" não sabendo por que parafernalha,
Por não saber comportar-se perto de quem gosta,
Por só discutir pra valer com quem gosta muito,
Por sentir-se ora uma gota, ora um oceano,
POr assistir quando deveria protagonizar,
POr achar belo o número 21. (Vá entender...)
POr ser fascinada por sons,
POr chamar por Jah ao sentir vontade de xingar,
POr tentar omitir sentimentos apesar de ser péssima nisto,
Por despertar do sono e passar madrugadas afora, fora de si, perdida em leituras,
Por não sentir-se nem menina, nem mulher

.

Eu tô tão cansada que dá cansaço falar.

Cansada, inclusive, de estar cansada.

Cansada de repetir.

Cansada do discurso interrompido.

Vou parando por aqui.





Estou cansada.

sábado, 7 de março de 2020

De resto, é que resta.

Sumiu da estante um livro importante. Não voltou mais...
Umas duas ou três peças preferidas também não estão mais ali. Sem volta...
Uma sapatilha 38, calcinhas, Gramática, material de estudo...
-Estranho, né?
- Será?
- O quê?
- Tao estranho assim, nada meu caber aqui?
- Se tem a solução, segue o plano.
Papéis de decoração, artesanato, bolsas... Enfileiraram-se, desceram escadas, abriram portões e foram... Sem mais.
-Estranho, né?
-Não mais. Não Caibo. Se meu "eu" não está aqui, de resto, resta apenas, a matéria ir.
-Adeus?