Essa semana ao abrir o pacote da última edição da Revista Escola, percebi um volume a mais. Era um envelope com a logomarca Itau e estranhei:
"Oush! Não pedi cartão nenhum!", mas "Puxa, que massa!" foi a primeira reação ao terminar de abri-lo. Era uma coleção de livros infantis e acheia iniciativa máximo! Entre parlendas, poesias e contos para crianças, o último que li foi o clássico Os três porquinhos. Que viagem...
Lembrei de que na minha infância, muitas vezes antes de dormir meu pai perguntava: "Quem quer ouvir uma história?" Nossa! Eu amava aquele momento: corria disparada em direção ao quarto dele e deitava em suas costas, que sempre contava cheio de leotrias e entusiasmo estórias que só ouvia dele, sempre com lições (tinha que ter, né?). Ele té tentou contar uns clássicos mas era bombardeado com perguntas, tipo:
"Painho que história mentirosa é essa? Pq o lobo não pegou o porquinho se ele é gordinho e o lobo é bem rápido?"
"Por que a mãe deles era má?"- e o coitado reagia: "Mas eu não disse isso".
"Ah, mas ela "botou" eles pra fora de casa. Deus é mais! E o lobo, porque desceu pela chaminé se lá debaixo tinha uma panela?
"Porque ele não sabia que a panela estava lá, minha filha"-explicava.
"Mas a água estava fervendo né? Então tinha fumaça..."
Talvez por incidentes como esse não tenha insistido nos clássicos, mas contava cada uma que nenhuma de minhas coleguinhas haviam escutado e acho que detalhes como esses fez de meu Pai "O cara" tão singular no meu mundinho.
Quando comecei a achar que cresci demais para deitar nas costas de meu pai passei a ler outras histórias, depois contos, poesias e hoje a cada dia percebo-me mais apaixonada por Literatura. Assim, pude perceber, ao escrever essa recordações que talvez um dos fatores que motivaram a cursar Letras tenha sido plantado a muito tempo com a pergunta: "Quem quer ouvir uma história?".
Por razões como essas acredito que ler para uma criança muda sua história.