sexta-feira, 30 de março de 2012

Ironia fati?


Dirigir sem rumo
Ultrapassar linhas dos sete dos emirados
Bailar o ventre sob o luar
Assistir tempo e espaço conciliar com o acaso
Insultá-los só por teimar

Chacoalhos


"Algumas bebidas ficam prontas sem precisar muito esforço. Por exemplo,  whisky e energético. Só em por no mesmo recipiente fica bom. Ou melhor, perfeito! Outras, precisam de uma chacoalhada, como a vitamina de abacate deliciosa que vou tomar daqui a pouco. O leite e o abacate precisam de uma chacoalhada para se unirem e virar vitamina. Será que você não percebe? Talvez sejamos a vitamina do abacate e temos tudo para dar certo. O que me parece faltar é a chacoalhada. Vamos tentar?"

Chacoalhamos? Nem sei ao certo mas já não somos como como antes. Talvez o resultado da vitamina não tenha sido como esperado. Chega a ser engraçado, mas acabamos por reforçar caracteristicas individuais que já tinhamos. Sinto-me cada vez mais sutil, tenho percebido que não devemos esperar das pessoas e reforcei o pensar de que palavras são menos importantes que o sentir (as vezes elas cansam). Espero, só não sei se deveria esperar, ter sido útil para você. Mesclamo-nos muito e confesso o receio de ter sugado sua sutileza e tê-lo manchado de orgulho. Um orgulho que quando ferido te tenha induzido a agir de maneira inconsequente, a fim de sucumbir algo tão, tão, tão.. intenso e nosso. 

Usar palavras, canções ou tentativa de indiferença como armadura não funciona. Se negar não adianta e resulta em vazio e dor, recorramos à verdade como sempre fizemos: Assumamos que é. Assumamos por que não foi. Assumamos que vai passar(rs...). Ou quem sabe a bebida escolhida não foi a mais apropriada?
Espero (sim, por teimosia, espero) o dia em que riremos ao falar de tudo isso, bem saberá Deus quando, contando cada um sobre os seus, quiçá sobre os nossos, regado a um bom vinho ou café. Vai lá saber a bebida apropriada... Vai lá saber...



Salvador, 29 de março de 2012, 08:25h. 

terça-feira, 27 de março de 2012

A calça


- E ai, companheiro? Fazer o que essa noite?
-Essa não tem acordo. É aniversário da patroa. Inclusive, ficaria muito satisfeito e devedor de um favor se você passar o presente para ela no seu cartão. A depois te pago...
-Oxente, você bem sabe como estimo dona Cléia e muito. Ainda te ajudo a escolher o presente.
-Ja esta decidido que levarei uma bermuda. Não carece de ajuda não. O que agrada minha mulher, eu conheço.

Mais tarde, na loja:
-Tô dizendo, companheiro. Tô dizendo: essa calça não dá na sua mulher, não.
-Por toda consideração que lhe tenho: não se meta com o tamanho da... da...Quer dizer, com o tamanho da roupa que minha mulher veste.
-Companheiro, relaxe. É só uma opinião pelo que vejo assim por alto, mas leva o que você quiser. Afinal, você que bem conhece né? A mulher é sua.  


No dia seguinte: 
-Companheiro, vai fazer o que essa noite?

-Rapaz, queria até falar contigo. Vamos ali?
-Opaaa! Hoje a farra é onde? 
-Na loja.
-Que loja, rapaz? Não... Não diga... Hahahahahaaaaa!
-Mais respeito, rapaz. Capaz  de ser mesmo o que está pensando. A mulher amou o modelo  da calça, fez gracinha e tudo, mas eu o tempo todo só pensava no tal tamanho da calça. Ainda tive que ouvir: "Benzinho, é linda! Só que minha medida é uma a mais que essa. Achei que conhecesse bem o que tem em casa, rs".
-É companheiro tem que conhecer, viu? Quem avisa amigo é. Eu não disse?
-Sim... mas e você. Como sabia?
-Rapaz, ta  desconfiando  do amigo aqui? Olhos só pra minha esposa e concluo que elas tenham aproximadamente as mesmas medidas.
-Mas com tanta precisão?
-Não aceito esse tipo de suspeitas entre nós, amigo. A loja foi qual mesmo? Nem lembro...

Seguiram juntos à loja, sem mais dialogarem sobre, cada um com seu pensamento:
-Que onda! Admirar a bunda da mulher dos outros...

-Que onda! Nem conhece o que tem em casa e eu tenho que dar conta por mim e pelos os outros. Aposto que ele não entendeu que só quis ajudar...

 E jamais conversaram novamente sobre a tal calça. Quer dizer... entre eles né? Porque até hoje na roda de amigos, quando se unem, há um deles que quando pra lá do quinto copo, grita:  "E a calça? Quem lembra?"


* Baseado em fatos reais. Assim disseram...

segunda-feira, 26 de março de 2012

O conhecido

         Quando entrou, ele já estava ali sentado. Entrou, sentou numa cadeira à sua esquerda. Sentiu um toque no ombro. Virou:
-Oi... O nem tinha te visto, tudo bem?
-Achei que estivesse confundido, mas é você mesma, rs. Como está?
-Bem. e você?

      Pronto. Foram cumprimentos bastantes para desenrolar uma conversa que parecia não ter mais fim. E o mais interessante nisso tudo, é que haviam se visto outrora de maneira tão formal, a ponto de os assuntos entre eles nunca terem passado de tratos comercias. Agora, a conversa girava em torno de planos, relacionamentos, convicções, religião, escolhas, amizades, traições, consciência, liberdade. Ela sentiu-se tão à vontade, que não existiam barreiras naquela conversa. Ele, tão à vontade que praticamente fez um resumo de sua vida, sem pular as frustrações, desamores, casamento até então em vigor e traições.

        Ela sem entender o motivo de tais assuntos serem abordados, achou absurda a similaridade detalhadas entre os fatos que ele contara e os que ela vivera recentemente. Opinava poucas vezes. Na maioria dos momentos fez-se de boa ouvinte e apreciou o bom falar do rapaz e suas histórias(ou estórias?). Por fim, ao aproximar do ponto de destino dele, disse ao ouvido dela: "Ninguém conhece ninguém, minha querida. Por mais que pareça louco, ninguém conhece ninguém. Quando alguém te diz "você não me conhece", só está te ajudando a abrir os olhos. Querida foi um prazer. Até uma próxima oportunidade".
     Ela achou graça da conversa que se passou, e até chegar ao seu local de destino relembrara aquela conversa inesperada com o (des)conhecido que ela nem lembrava o nome, mas que amou e tão cedo não esquecerá.  mais ainda a se questionar: "Por que isso? "


Amar-te, mar!


De um lado grinaldas, saltos, tafetás, canções, juras de amor eterno, feixes de luz, ansiedade.
Do outro, o mais belo e romântico dos amantes: o mar. Ah, e a lua? Fininha como última fatia do bolo da festa, talvez com inveja da beira da praia que era beijada pelo mar.
De que lado ficar? Se o social pedia minha presença o natural me gritava.
Licença dos convidados, abandono do salto alto(não tão alto), vestido suspenso pelas mãos e pés na areia. Ahhhh... não poderia haver sensação mais relaxante naquele momento. Os pés gozavam da frialdade da areia, os olhos brilhavam ao contemplar o lado mais lindo da noite e o coração, rendeu-se. Rumo ao mar, para roubar os selinhos que eram mandados à praia e só.
Pela ocasião a noite já havia valido a pena, mas o natural fez tudo mais especial.   
Amei, amar-te, mar. Amei amar-te. Ali, em silêncio, amei amar-te.

Idas e Vindas

Cenário comum, rotineiro até.
Feição conhecida,
Poucas palavras trocadas outrora,
Agora, tantas mais.
Ora, desabafo; ora, advertência
Tão coerentes, seria coincidência?
No momento, como amigo.
Sorrisos de quem entende e assume.
Por que tantas coisas ditas?
Por que naquele momento? Aquelas frases? Aqueles conselhos?
Poucas vezes se viram fora dos formais, e foram tão rápidas
E aqueles instantes se fizeram valer por horas, resumos de fatos intensos.
Agora se faz presente um saber um do doutro e um perceber subentendido.
Meros conhecidos?
Não mais.

sexta-feira, 23 de março de 2012

"CoM" & "sEm"


         E nessa história toda já nem sei se é possível distinguir os erros dos acertos. Só queria ver as coisas se encaixarem de fato, sem legendas, sem teorias, sem tantas contradições, sem essa barreira agora existente,  sem... sei lá. Talvez o erro esteja aí, em tantos "sem". Falta mesmo o "com", aí está a questão... Qual o "com" que nos falta? Queria entender o que tudo isso significa para você, só não sei se isso me cabe. Enquanto isso, aceito.

                                   

Se é que eu sei aceitar... 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Mais um verão!


Ai meu meu Deus, mais um verão que se encerra. Para mim, um dos melhores dos últimos tempos.
"São as águas de março fechando o verão e a promessa de vida no teu coração..."

A la Ivete, ou Tom, Verão, é  Verão...



Escolher, confortar...


-Você escolhe demais.
-Fui comprar mais uma sapatilha hoje.
-Não foge do assunto Você escolhe demais.
-Hoje fui comprar mais uma sapatilha.
-Sério. Por que tanta exigência assim, hein?
-Hoje fui comprar mais uma sapatilha, te contei?
-Aff! Tá, tá, tá, tá, tá. Fala da sapatilha.
-Quando cheguei na loja, me perguntaram o que me agradava. Olhei, escolhi, e a que provei não era tão confortável. Pensei: Poxa, bonita ela é, mas imaginei uma dia inteirinho na rua com ela me apertando os dedos e desisti de trazê-la. Fiz mal, amiga?
-Claro que não. Ela poderia te causar um dano bem maior, estresse, dor. Ainda bem que não trouxe, rs.
-Agora pensa, se sapato escolhemos, homem vai ser qualquer um?
-É né, amiga? Tem muita havaiana tirada a scarpin não é?
-Ainda prefiro a havaiana (entre risos). O caso é que tem muito scarpin achando que pode ser tão confortável quanto havaiana.
-Vamos ali, em busca de um meio-termo?
-Como assim, azarar?
-Não amiga, comprar uma sapatilha.
-kkkkkkkk. Só se for agora.


O AmOr, ZiLdA e mais uma filosofia...



-Onde você procura o Amor?
-E ele tá perdido é?
-Não. Mas você já o encontrou?
-Amor na minha cabeça é tão abrangente. Você se refere a um amor geral, ou especificamente?
-Amor assim, de homem e mulher, para ter junto, para sentir que é para a vida toda.
-Ah tah!
-Então, onde você procura?
-Talvez a questão seja essa, não procuro.
-Não?! Mas todo mundo procura...
-Prazer, me chame de Ana, Josefa, Zilda, menos "todo mundo".
-Se todo mundo tá procurando, ele que me encontre, rs. Mas numa boa, sem confetes? Espero que o suposto amor meu, não esteja a procura.
-Como não?
-Quando você procura algo, estabelece critérios do que quer; quando você simplesmente encontra algo que te faz bem e você desiste da tal procura e esquece os critérios que antes considerava essencial eh mais.. gostoso, digamos.
-Desisto. Tchau Zilda.
-Tchau todo mundo.

sábado, 17 de março de 2012

Sabadar*


-Cê tá feliz hoje.
-Leve... =D
-Por que?
-Sei lá... Acordei assim. Me sinto bem.
-Bem como? Descreve pra pra mim?
-Descrever? Tô fugindo, rs. Só sinto que é gostoso e sentir tem sido o bastante.


sexta-feira, 16 de março de 2012

Sonnet Incertum


                 Version I

Se ao menos entender o que bem quer    
E teu anseio para mim for mais claro            
Às minhas emoções faço preparo                    
Para o que vem de ti bem acolher                      

Até agora me parece disfarce                                    
Narrar o que sentiu naquela noite                    
Tomar minha palavra de açoite                              
Negar tudo que sente com realce                      

Está dispensada a teoria                                                          
Se dela as ações vivem em fuga                             
E tonto a desnuda de sentido                                    


Assim minha lágrima não enxuga                         
E vejo aos meus pés destituído                           
O que um sublime amor seria       

                           

                                                             Version II  

                                          Se ao menos entender o que bem quer 
                                          E teu anseio para mim for mais claro
                                          As minhas emoções faço preparo
                                          Para o que vem de ti bem acolher
                                                                     
                                          Até agora me parece disfarce
                                          Narrar o que sentiu naquela noite
                                          Tomar minha palavra de açoite                              
                                          Negar tudo que sente com realce

                                          Está dispensada a teoria
                                          Se dela as ações vivem em fuga 
                                          E até aqui verdade é alimento
                                         
                                          Assim minha lágrima não enxuga
                                          Não minta para si um só momento 
                                          Se o que sente não diminuiria


                  Version II  
                                       
Se ao menos entender o que bem quer
E teu anseio para mim for mais claro
Às minhas emoções faço preparo     

Para o que vem de ti bem acolher

Até agora me parece disfarce
Narrar o que sentiu naquela noite

Tomar minha palavra de açoite 
Negar tudo que sente com realce

Está dispensada a teoria 
Se dela as ações vivem em fuga 
Nenhuma linha adiantaria  
                                                                                                                            
Não minta para si um só momento 

Dói perceber que tenta enganar-se 
E até aqui verdade é alimento   

































































quinta-feira, 15 de março de 2012

Lobisomens e jacarés



Mas por que tanta amizade com meninos e homens?
-E tem que ter porque, é?
-Claro que tem.
-Sei lá... Tenho essa facilidade. Eles chegam  e não os mando embora. Me fazem bem. Não relaciono isso ao sexo, mas à pessoa, a forma como essa pessoa lida com as coisas.
-Eu prefiro não ter amizade com homens. Acho que no fundo sempre há um interesse.
-Um ou outro pode te olhar diferente, sim. Afinal, atração é algo um tanto imanente. Não é que você não vá achara boca vermelha do seu amigo bonita. Você acha, mas não pensa que por isso deva beijá-la. A boca continua sendo bonita. Mas cá entre nós? Para todos te quererem você tinha que ser muuuuuuuuuuito gostosa não acha não, amiga?  Então fica tranqüila e pode se aproximar, eles não mordem.
-Prefiro não. Meu único amigo é meu namorado.
-Vocês já eram amigos antes?
-Não.
-Ahhh... Entendi. Já começaram com um interesse e tal e vem se descobrindo aos poucos.
-É. Não é lindo?
-Bonitinho. Se namorasse com um amigo ai sim veria o que é lindo.
-Mas ele seria meu amigo.
-E alguém namora com inimigo, filha?
Ambas riram.
-Mas você não respondeu.
-O que?
-Mas porque tanta amizade com meninos e homens?
-Para fugir de uma maldição que lançarem quando eu era pequena.
-Maldição?
-Sim. Sério
-Jura que não conta para mais ninguém?
-Oh, amiga. E precisa pedir? Mas qual era?
-“Homem com homem vira lobisomem. Mulher com mulher, vira jacaré.” Então queridinha, por perpetuação da espécie, por uma questão social e ecológica.
-Louca!
-É sério isso. Já pensou se todos os meninos saíssem uivando em noite de lua cheia, e vivêssemos em pântanos e lagoas? Prefiro a companhia deles num bom drinque e papos horas a fio.
-Louca mesmo!
-Vou nessa, amiga. Bjos!
-Vê se não demora de aparecer.
-Pode deixar. Só tenho medo de voltar e encontrar um enorme jacaré.

terça-feira, 13 de março de 2012

Alívio

E eu que havia pensado em tanta coisa para escrever, imagem que combinasse com o que escrevesse, cores que realçassem a imagem. Hoje percebi que não adiantaria ficar em busca da palavra crucial, frases adequadas  e de nada disso, se uma palavra resume o resultado de tudo isso: Alivio.

#Essa postagem prefiro sem imagem. Não há, nem de longe, imagem que possa retratar o alivio, pelo menos o que sinto agora.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Inaceitado X Desentendido


Não entender, é diferente de não aceitar. Até entendo que por hora não aceite, mas então não ensaia um discurso contrário às suas ações porque isso incomoda. Dá para parar com esse história de não entender? Você tanto entende que argumenta muito bem. A questão é: você não aceita! Aí os 500 já são outros.
Se propõe situações, e a escolhida não foi a que esperava, paciência. Cabe a você relativizar e aceitar a opção escolhida.

"A vida é mesmo assim: dia e noite, NÃO e sim"
Certa coisas- Lulu Santos

Mergulhos


Os que não sabem nadar, por precaução, na maioria das vezes, ficam à margem do mar. A maioria dos que morrem afogados sabem nadar. Mas por que? Autoconfiança.
Essas idas e vindas todas é como um mar; ela, o nadador autoconfiante, indo cada vez mais longe. Esse envolvimento? O afogamento.
Talvez ele não entenda, não aceite ou ache injusto, mas ela não quer nadar em águas mais profundas. Não quer.
Mergulhos já foram o suficiente...

sábado, 10 de março de 2012

Recobrando...

E mais um dia da semana, quando entro na topic, quem vejo?
O mesmo cobrador-cantor que já havia citado. Sentei na frente, dessa vez na intenção de escutá-lo. Não parecia tão longínquo como na viagem anterior, e dessa vez cantou apenas uma música a viagem toda.

Re-cobra dor?


         No inicio dessa semana, ao pegar o transporte para a faculdade(topic) num horário diferente do que costumo pegar, sentei bem na frente, onde também não costumo sentar, quando notei algo que fez a diferença no percurso até meu local de destino: o cobrador. Bonito, cheiroso, rostinho capa de revista? Não. Isso tem aos montes nos corredores da facul todos os dias. Esse moço tinha uma feição de meio que desiludido e a mesma me remetia a histórias desses eternos amantes não realizados, sei lá porque. Juro que não conhecia aquele rosto de ponto de ônibus algum. Parecera tão prestativo com os passageiros ao ajudar idosas com suas sacolas, mas isso ainda não foi o mais marcante. O que chamara minha atenção é que ele cantava muito, a viagem toda. Um repertório costurado em Cazuza, Gal, Caê. E sua voz é tão bonita (me lembrou Renato Russo, juro a você). Ao longo da viagem, quanto mais distraido ficava, mais alto cantava e sua voz tomara aquele ônibus de serenidade tão incomum, mas que deixara a viagem tão mais gostosa, rs. O motorista olhava para ele com uma cara de quem não via nenhuma novidade, mas também não condenava. 
         Uma das músicas que cantou, parecia tê-lo tirado daquele microônibus, o levando além, em algum canto que nenhum dos presentes poderia alcançá-lo. Parece que consigo vê-lo aqui, agora, ao meu lado cantando:


"Um amor assim delicado

Você pega e despreza

Não devia ter despertado

Ajoelha e não reza

             Dessa coisa que mete medo

             Pela sua grandeza

             Não sou o único culpado

             Disso eu tenho a certeza

                        Princesa, surpresa, você me arrasou

                        Serpente, nem sente que me envenenou

                        Senhora, e agora, me diga onde eu vou

                        Senhora, serpente, princesa

                                         Um amor assim violento

                                         Quando torna-se mágoa

                                         É o avesso de um sentimento

                                         Oceano sem água

                                                      Ondas, desejos de vingança

                                                      Nessa desnatureza

                                                      Batem forte sem esperança

                                                      Contra a tua dureza

Princesa, surpresa, você me arrasou

Serpente, nem sente que me envenenou

Senhora, e agora, me diga onde eu vou

Senhora, serpente, princesa

                            Um amor assim delicado
                            Nenhum homem daria
                            Talvez tenha sido pecado
                            Apostar na alegria

                                        Você pensa que eu tenho tudo
                                        E vazio me deixa
                                        Mas Deus não quer que eu fique mudo
                                        E eu te grito esta queixa

                                           Princesa, surpresa, você me arrasou
                                           Serpente, nem sente que me envenenou
                                           Senhora, e agora, me diga onde eu vou
                                           Amiga, me diga..."



Não conseguia parar de olhá-lo, embora quisesse disfarçar. Sublime.
Viajei.. Não com ele, mas viajei...


sexta-feira, 9 de março de 2012

Amor a quem mereça


Sim querido, fuja. fuja dela
Vá em busca de alguém que te mereça
Embora agora muito seu beijo deseje
É provável que logo a esqueça

É tão intenso e leal tudo que sente
E ela foge, nega, corre, se desprende
É o que queres: ter alguém pela metade?
coisas que seu coração não compreende

Quando amor novo um dia tiver
Ao se doar, espero que não esqueça:
Para te amar, quem se doe por completo
Para te ter, só aquela que te mereça.

Mais amado será


Algo assim meio que irmão, amante, amigo
Esse sentir que vinha a pouco florescendo
Seria certo ver fugi-lo e ir sem volta
Ver tal sentir pouco a pouco ir morrendo?

Se a vontade não era de beijá-lo
Mas de saber que existia o seu carinho
Por que doía tão moído seu lamento
E assustava a ideia de te ver sozinho?

Ah! Lhe desejo uma linda companheira
Que saiba dar-lhe o amor que eu não soube
Amaria dentre noticias suas saber
Que encontrara um abraço que lhe coube

Não me refiro a uma qualquer numa farra
Que o deixe cansado de prazer
Mas de alguém que sua nobreza reconheça
Que bom afago saiba dar e receber

Não precisa ser a mais bela das belas
Nem ter olhos tão brilhantes quanto o sol
Basta que zele por você e pelos seus
E reconheça a beleza do arrebol


Erit dilexit


Preto que passa


Por que Preto, és tão lindo?
Se há tanto homem de beleza desprovido
Para que tanta maravilha em um só sorriso?

Sorte de quem tem o seu carinho
Da mortal que por ti é amada
Da feliz que tem seu abraço
Da moça que por ti é notada

Contemplo seu olhar, sua ginga
E a melanina acentuada tão perfeita
Que seu andar em minha calçada passe sempre
Que ladrilhada para você ela sempre esteja.

terça-feira, 6 de março de 2012

Papo de farinha


-E dai? Sou mais eu, farinha Amarela. Coradinha.
-Hahaha! E eu, Branca, mais saborosa. Nem adianta querer ataiar.
-Na farofa de azeite eu fico melhor. Sem deixar duvida pra cumadre num aperrear, visse?
-Na farofa de manteiga, eu não diria o mesmo. Sem querer te mangar.
-Observe o nível do saco em que estou, observe de quem os clientes tiram mais punhado.
-Mesmo nível que eu. Por que?
- Oush... É o mesmo... Então somos vendidas na mesma proporção?
- É o que parece. Há quem te prefira, quem prefira a mim, e no fim das contas tem farinha e cliente pra todo mundo. Sem mais zuada.
- Então somos farinhas do mesmo saco?
- Mesmo saco não, mas da mesma euforbiácea.

Enquanto isso, fora dos sacos, entre os homo sapiens:

- Sá menina, me consegue um 1 kg de farinha branca, por favor?
- Minha nega, não esquece que hoje é comida baiana. Pede também 1 kg da amarela pra farofa de azeite.

Fetiche


Não adiantaria apalpá-lo quando a imagem que de ti construi nunca sairiam do mundo das idéias. Talvez esse alguém que passei acreditar nunca tenha existido, e seu rosto tenha sido apenas uma tentativa de materializar esse alguém que imaginei conhecer atribuindo ao seu físico. Não, não digo que seja superficial. Apenas reconheço que a distancia entre suas teorias(lindas. Parabens, viu?) e sua prática chama-se realidade, e nesse momento é nela que me situo. Só isso,

SIM, não, TaLvEz.

Sim, amigo jardineiro.

Sim, porque no meu jardim te cabe.
Enquanto o Sol arde, podemos brincar.
Sim, porque você me gosta
E se te gosto eu, podemos conversar.

Não? Só porque não querem que você se aproxime para cativar*?
Não? Porque não é menina e de alguma forma, mal cê me fará?

TaLvEz porque te amo tanto que o amor o "não" em "SIM" tranformará.
TaLvEz porque eu ligue pouco para o que te dizem e o que vão pensar
TaLvEz porque te quero, amigo; e assuntos sempre para mim terá.

Sim porque tenho mudas que em sua companhia hei de plantar
Sim porque sei que comigo a linda gardênia você quer regar
Sim porque o Sol sempre arde,
Quando não aqui, em outro lugar.




* Cativar não seria o vocábulo original desse trecho, mas foi escrito duma forma tão apressada que nem mesmo eu consegui reconhecer depois. Na falta de quem decifrasse, a incognita foi substituida por "cativar". Se um dia conseguir decifrá-la, farei uma nova nota.

Talvez valha a pena



Marcelinho nunca se questionava. Achava tão mais prático atribuir culpa aos seus, que não se dava o trabalho de puxar perguntas para si. Se perdia o horário para algum compromisso a culpa era do sono, do ônibus que não chegou no horário, da mãe do motorista que passou mal e fez com que o mesmo se atrasasse, da barata que voou na mãe do motorista, menos dele.
Um dia, aceitou de um amigo o desafio de questionar a si mesmo por uma semana e anotar o resultado de tal experiência.
No primeiro dia, encarou o desafio como insignificante; no segundo, percebeu que não seria tão fácil como imaginou. Por fim, no último dia, ao analisar suas respostas, caiu em si de que era um Marcelo diferente e não gostaria de ser (nem conseguiria) como o anterior.
O garoto percebeu que antes estava condicionado àquela forma anterior de encara as coisas; que perguntas retóricas podem causar incômodo, e muitas vezes dor, quando não se quer enxergar as respostas. Notou que acara as perguntas difíceis por medo das respostas; medo de saber que tais poderiam mexer muito no “seu mundinho”.
Marcelo não mudou porque disseram a ele: “Não pode ser assim, mocinho. Você tem que crescer, você tem que mudar, você tem que...” Marcelo cresceu por perceber em que aspectos poderia ser melhor. Talvez você não tenha feito uma aposta como Marcelo, mas sempre que quiser pode questionar-se por atitudes, vícios e condicionamentos seus. Talvez não tome nota de mudanças suas em papel, mas o retorno de tal reflexão certamente valerá mais do que qualquer registro em cartório. Talvez não tenha dito a si mesmo: “vou mudar”, mas perceba pontos em que mudou, ficou “menos você”, mas uma pessoa melhor.
Talvez valha a pena...

sábado, 3 de março de 2012

"Não se minta"



"É preciso assumir antes para você mesmo suas fraquezas, para ter força de lutar contra elas. Negar a existência delas, por autoconfiança, pode fazê-lo ignorar o efeito causado em você, quando todos ao seu redor já notaram. E aí está a pior das mentiras: Para si mesmo. E aí está uma das situações mais embaraçosas: Todo mundo perceber."

J.P.


sexta-feira, 2 de março de 2012

Peciso te escutar...




-Mas vou parar de te encher o saco com essa maluquices, essas histórias que já deve estar cansado de ouvir sem ter obrigação nenhuma.

-Não canso de te ouvir (risos).

-Mesmo assim, tem coisas que cansam e não quero cansar você. Pronto! Não toco mais no assunto e ponto final.

-Estamos aqui, hoje, em vida, por vários motivos. Algumas coisas quando fazemos temos a sensação que que aquilo nos faz mais nós, e precisamos fazer aquilo para nos sentirmos bem. E eu, irmãzinha, preciso te escutar. Guardar para você não vai aumentar, nem diminuir a intensidade dos seus problemas. Mas se me contar, se por para fora, pode se sentir aliviada, e eu tentarei te ajudar como posso. Me conta sempre, tá? Faz isso por mim. Porque preciso te escutar. Acho que é um dos motivos de eu estar aqui, hoje, em vida. Não faço questão que me ligue ou mande mensagem todos os dias.  Nem que levemos quinze dias para conversarmos novamente, só faço questão de ser útil para você. Me olha nos olhos e diz o que tá sentindo. Só isso. As vezes queria ser seu irmão mais velho, sabia? Pra cuidar mais de você. O bom de sermos irmãos assim é que por não morarmos na mesma casa, não brigamos(risos).

-Seu besta. Mas você já é. É o irmãozinho que Jah me deixou escolher. Me sinto a vontade para chorar com você. Te amo, amigo.

-Eu sei. Também te amo demais.

-Obrigada por tudo. Obrigada por me escutar.

-Obrigado por tudo. Obrigado por confiar em mim.




E há quem diga não haver amizade sincera entre pessoas dos sexo oposto sem um segundo interesse. Pobre de quem não consegue(ou não se permite) cultivar uma amizade assim.