Pai: Não é fácil entender, filha.
Filha: O quê?
Pai: Você.
Filha: Por que?
Pai: É complicada.
Ela acende a lanterna em direção à TV e fazendo do dedo pincel contorna um retângulo na vertical, com um triângulo em cima e a lado dois retângulos um acima do outro.
Filha: Que o senhor vê, pai?
Pai: Uma casa?
Filha: Tá perguntando ou respondendo?
Pai: Uma casa!
Ela agora pincela em sua tela iluminada pela lanterna um retângulo como base e um traço na vertical sustentando um triângulo na extremidade.
Filha: E agora, o que vê?
Pai: Parece um barco.
Filha: Fácil né?
Pai: Claro!
Filha: Pois é. Figuras básicas todos conhecem. Desenhos assim são fáceis de interpretar, mas para compreender uma pintura de Monet, Canidé, Picasso ou Tarsila talvez fosse necessário pousar o olhar sobre a pintura com um pouco mais de dedicação para compreendê-lo.
Pai: Sim... E daíi?
Filha: E daí que um dia fui tão óbvia quanto os traços da casa e do barco, mas hoje talvez seja uma tela de Monet: nem todos compreendem, mas há quem aprecie ainda assim. Não é complicado, só não é tão simples quanto a casa e o barco. Só isso...
A lanterna foi desligada.
O silêncio tomou conta do ambiente novamente.
Ambos riram. Por motivos distintos talvez, mas ambos riram...
Complicação é infância, hoje é complicaço né ?! rs
ResponderExcluirEngraçado, seus textos, em maior parte deles, tem um ar direto e óbvio(quanto ao seu sentimento, muito nítido ver se está alegre, triste , confusa ...) e um ar "sei lá" , "é, né?!" "enfim", "é isso aí", quanto ao sentido total de todo o texto. Eu gosto disso, ambiguidade não lírica, a cara e a tapa! hehe Beijos !
Rs... o bastante pra ser bastante, moço.
ResponderExcluirOutros Beijos.
Aiii q fofoooooooooooooo....^^,viajei e copiei,ta gravada no meu diário essa!!Bjokas
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