sexta-feira, 25 de maio de 2012

Saudade assumida


Se a vida é uma equação, tenho sérios problemas! Me ensina a subtrair, por favor?
Certa vez, um oriental quase africano me disse:”Minha mãe me explicou que tudo que eu adquiri na vida deve ser somado. Acho que entendi errado: Ela falava de bens, e eu apliquei à pessoas.” Sinto que isso reforçou ainda mais o meu “problema”. Pensei: “Devaneio em comum”.
Hoje, me surpreendo quando as pessoas falam com tanta naturalidade e glória de laços desfeitos e me pergunto: “Isso acrescenta em quê?” Há quem ache um ganho deixar pessoas para trás como uma forma de esquecer experiências dolorosas. Será que “o problema” está realmente nos que fora deixados para trás, se quem os deixa volta e meia repete esse ciclo?
Certa vez, conversando sobre isso, alegaram: Amiga, às pessoas fazem isso porque lembrar de momentos bons também pode doer. Já pensou sobre isso? Talvez alguns dos que ficaram não caibam numa nova fase. Discretamente, ri. Ri porque sentir saudade um dia já me doeu, e eu não entendia tamanha dor. Hoje, a saudade que sinto não é aquela de querer ver a qualquer custo, dar um daqueles abraços “inteoráveis” e não largar mais; mas saudade daquela que te faz pensar nos momentos bons, sabe? Gargalhadas livres, discussões, compartilhamentos, sinceridade... (Ah, como essa fez falta! Tá extinta, coitada!) Enfim, momentos que foram bastantes para ser bastantes. Daí viajei ainda mais... “Esquecer para que, se foram tão bons?”
Lembrar com saudade não é necessariamente querer reviver, mas reconhecer o valor de algo que se foi, na construção do que você é.

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